Pandemia explica aumento de SRAG, diz secretário de Saúde de Maringá
De janeiro a junho deste ano, 643 pessoas foram internadas com síndrome respiratória aguda grave na cidade (Foto: Arquivo/CBN Maringá)

Relação

Pandemia explica aumento de SRAG, diz secretário de Saúde de Maringá

Saúde por Victor Simião em 24/06/2020 - 18:25

Entretanto, ele não deixou claro qual a relação entre uma situação e outra. De janeiro a junho deste ano, 643 pessoas foram internadas com síndrome respiratória aguda grave na cidade. No mesmo período do ano passado, 193. Desse total, 9% dos casos envolviam o coronavírus. 63% não tiveram o vírus identificado. Médico e secretário municipal de Saúde, Jair Biatto disse que as situações sem identificação não são subnotificações da Covid-19, mas afirmou que o resultado dos testes não é totalmente confiável.

O fenômeno é mundial. Desde o início da pandemia da Covid-19, o número de registros da chamada SRAG tem aumentado. Em Maringá, não é diferente. SRAG é a sigla para síndrome respiratória aguda grave. De janeiro até o dia 20 de junho deste ano, 643 pessoas tinham sido internadas com a chamada SRAG na cidade. O número é 233% maior que o registrado no mesmo período de 2019. No ano passado, foram 193. O dado consta em um relatório da Prefeitura. Essa síndrome não é coronavírus, mas o município tem monitorado porque os sintomas são semelhantes aos da Covid-19, como gripe, desconforto respiratório e dor no peito.

A SRAG pode ser causada por diversos problemas, como o vírus da gripe e também o SARS-CoV2, que resulta na Covid-19. Além disso, doenças como embolia pulmonar podem ser registradas em um primeiro momento como SRAG.

Das 643 pessoas que foram internadas em Maringá com a síndrome respiratória aguda grave, 63,6% delas não tiveram o vírus responsável identificado. Em seguida, com 13,4% ficaram outros vírus. 12% estão em investigação. O coronavírus apareceu em 9,2% dos casos; 0,8%, por influenza sem especificação.

Em um primeiro momento, a Prefeitura de Maringá havia dito que o aumento ocorreu porque os protocolos municipais pediam para que qualquer sintoma respiratório fosse notificado pelas unidades de saúde como SRAG - algo confirmado por um médico ouvido pela CBN, mas que pediu para não ser identificado. Depois, em conversa com o secretário de Saúde, Jair Biatto, ele explicou que os protocolos, na verdade, são do Ministério da Saúde, e que têm sido os mesmos há anos.

Segundo Biatto, o que justifica o aumento de registro de casos de síndrome respiratória aguda grave é a pandemia de coronavírus, embora não tenha deixado clara a relação direta entre as duas situações. Em Maringá, o percentual de pessoas que tiveram SRAG que confirmou coronavírus está em 9%, conforme o relatório da Prefeitura.

Questionado pela CBN se o fato de 63% das pessoas que foram internadas neste ano com SRAG não terem tido o vírus identificado poderia indicar subnotificação da Covid-19, Biatto disse que não, que podem ser outros vírus e que isso é comum, mas afirmou que nem todo resultado dos exames é confiável. [ouça no áudio acima]

A entrevista com Jair Biatto foi gravada na terça-feira (23). Ao longo da tarde desta quarta-feira (24), a reportagem tentou contato com o secretário de Saúde por meio da assessoria de imprensa, ligações e mensagens de texto. O objetivo era explicar a relação entre a pandemia do novo coronavírus e o aumento de internações por SRAG. Até o fechamento da reportagem, não tínhamos obtido resposta.

Há pesquisadores que apontam que o aumento de SRAG no Brasil indicam subnotificação de coronavírus. Como a Covid-19 é uma doença nova, há muitas dúvidas sobre o funcionamento do vírus.

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