De janeiro até o dia 20 de junho deste ano, 643 pessoas tinham sido internadas com a chamada SRAG, ou síndrome respiratória aguda grave. O número é 233% maior que o registrado no mesmo período de 2019. No ano passado, foram 193. O dado consta em um relatório da Prefeitura de Maringá. Essa síndrome não é coronavírus, mas o município tem monitorado porque os sintomas são semelhantes aos da Covid-19.
Conforme o relatório, até o dia 28 de março deste ano, o número de internações pela SRAG era semelhante ao registrado no mesmo período de 2019. Em meio à pandemia da Covid-19, o número aumentou significativamente, assim como o de notificações.
A CBN procurou a Prefeitura de Maringá para entender se havia um motivo para isso. Há. A explicação é da assessoria de imprensa. Desde o início da pandemia, em março, a Secretaria Municipal de Saúde orientou aos hospitais e unidades de saúde em Maringá que registrassem como síndrome grave, a SRAG, qualquer caso de pessoas com problemas respiratórios. O motivo é um protocolo definido na cidade. Com esse tipo de registro, o município indica o teste do novo coronavírus. Dessa forma, entende que há mais chances de encontrar resultados positivos.
Das 643 pessoas que foram internadas em Maringá a partir desse protocolo da Prefeitura, com a síndrome respiratória aguda grave, 63,6% delas não tiveram o vírus responsável identificado. Em seguida, com 13,4% ficaram outros vírus. 12% estão em investigação. O coronavírus apareceu em 9,2% dos casos; 0,8%, por influenza sem especificação.
A CBN consultou um médico especialista na área que atua na cidade. Ele pediu para não ser identificado, mas criticou a decisão da Prefeitura de Maringá. Segundo ele, esse registro induz ao erro porque dá a entender que há pessoas com graves doenças respiratórias, quando não há de fato. O médico também disse que não há razões claras para essa medida do Executivo, e que, se houvesse realmente o problema respiratório grave no nível como o apresentado pela Prefeitura, as UTIs estariam lotadas.
A Prefeitura de Maringá entende a medida como necessária para fazer mais exames do novo coronavírus.