O caso das ameaças feitas pelo ex-secretário de serviços públicos de Maringá Vagner de Oliveira foi levado ao Ministério Público Estadual no fim da semana passada. Em razão de plantões e escalas, a situação foi avaliada em um primeiro momento como possibilidade de violência doméstica, já que ele ameaçou uma ex-funcionária devido ao sumiço de uma quantia em dinheiro da casa dele. Entre outras palavras, Oliveira disse que "arrancaria os dedos" dela, que era uma pessoa importante em Maringá, e que, por isso, nada iria acontecer com ele.
A denúncia se tornou pública nesta terça-feira (03).
A CBN apurou com o Ministério Público o que deve ocorrer. O caso chegou até o plantão do MP, com um pedido de proteção judicial. O promotor avaliou que não era esse o caminho, já que não havia relação direta entre Vagner de Oliveira e a ex-funcionária a não ser o fator trabalho. Apesar disso, a Justiça determinou, sim, medida de proteção. E o caso foi para 5ª Vara de Justiça, que cuida de violência doméstica e familiar.
As ameaças foram feitas em julho deste ano, e a denúncia foi registrada na delegacia da Mulher na semana passada. Em áudios, o ex-secretário da Prefeitura de Maringá diz que a mulher havia furtado uma quantia em dinheiro da casa dele, dando a entender que o valor era em espécie.
Visto costumeiramente junto ao prefeito Ulisses Maia, candidato a reeleição, Oliveira deixou a Semusp no começo deste ano em meio a polêmicas envolvendo roçadas. Ele tem trabalhado na campanha de Maia, embora a informação seja a de que a atuação dele é voluntária.
Em resposta à CBN e à imprensa de modo geral, Vagner de Oliveira diz ter sido vítima de roubo e que o caso está sendo apurado pela polícia. Ele afirma que o caso é pessoal e ocorreu muito tempo depois dele ter deixado a administração.
A CBN entrou em contato com delegados da Polícia Civil de Maringá para saber se, de fato, há um boletim de ocorrência feito pelo ex-secretário. A informação é a de que uma resposta só será possível na quarta-feira (04), já que, nesta terça, é recesso público para servidores estaduais.
A reportagem apurou que os caminhos possíveis, agora, são investigações sobre a origem desse dinheiro - o que aí poderia acionar o Ministério Público Estadual ou o Ministério Público Federal.
Dentro do Ministério Público Estadual, até onde o responsável pelo plantão soube, faltava materialidade, como os áudios relatando ameaças. Em todo caso, como a mulher informou ter sido vítima e não ter roubado nada, ela não apresentou nenhuma dado específico sobre dinheiro.