Na manhã desta quarta-feira, o terminal urbano de Maringá estava vazio, pelo terceiro dia consecutivo.
Pouco depois das 7h, o ônibus que faz a linha 324 estacionou na área de desembarque. Estava vazio. Tinha acabado de sair da garagem.
O motorista não quis gravar entrevista, mas disse que grevistas estavam negociando a volta ao trabalho e aos poucos os ônibus sairiam da garagem.
Não foi o que aconteceu. A reportagem encontrou na porta da garagem da TCCC motoristas dispostos a manter a paralisação.
Segundo eles, apenas um ônibus deixou a garagem. Justamente o 324.
Um outro ônibus até tentou, mas foi impedido pelos grevistas que são a maioria.
Se há mais motoristas que querem voltar ao trabalho eles são poucos.
Uma liminar expedida nessa terça-feira determina que não haja nenhuma ação para impedir a saída dos ônibus.
Mas os motoristas Valério Junior e Marcelo Figueiredo dizem que a paralisação só termina se a empresa der garantia de pagamento dos salários futuros e benefícios atrasados. [ouça no áudio acima]
A Policia Militar esteve na porta da garagem, mas apenas para garantir a integridade física dos envolvidos, como determinou outra liminar judicial, explicou o 2° tenente Nilson Moraes. [ouça no áudio acima]
Representantes da empresa estavam na porta da garagem, mas não se pronunciaram.
A paralisação prejudica a população e incita o debate sobre a concessão do serviço.
Na Praça Rocha Pombo um cartaz pede para que a Prefeitura não ceda à chantagem da empresa, numa alusão ao discurso de grevistas de que a paralisação começou impulsionada pela própria concessionária que queria pressionar o município a ressarcir os prejuízos durante a pandemia.
A CBN entrou em contato com a empresa para comentar a informação e aguarda um retorno.