Numa medida que busca reduzir os índices da dengue no Paraná, a Secretaria Estadual da Saúde distribuiu 19 mil litros de um pesticida chamado malathion. Foi recentemente. Desse total, três mil litros vieram para a 15ª Regional de Saúde, no norte do Paraná. E a quantia já foi distribuída para os municípios que solicitaram.
Mas há um X nessa questão. o malathion é um veneno que já não funciona contra o Aedes aegypti. E quem diz isso é a própria Secretaria Estadual de Saúde do Paraná. Em uma nota publicada no próprio site em 07 de dezembro de 2019, a Sesa escreveu que “É importante destacar também que a utilização de produtos químicos para a eliminação do vetor não mostrou resultado, especialmente o Malathion, que foi testado em todas as regiões do país, uma vez que o mosquito já está resistente ao insumo”.
Ou seja: a aplicação do veneno é mais para mostrar que algo está sendo feito do que uma ação efetiva.
Questionada pela CBN, a Sesa informou que o malathion foi enviado apenas para os municípios que solicitaram às regionais de Saúde. E que os 19 mil litros eram de lotes antigos do Ministério da Saúde.
Maringá já teve um caso confirmado de morte por dengue. O índice na cidade é considerado alto.
O chefe da 15ª, Ederlei Alkamin, diz concordar que a efetividade do malathion não é como já foi no passado. Por outro lado, ele afirma ser necessário agir - e quem sabe conseguir um mínimo resultado no combate à dengue. Um novo pesticida chamado Cielo deve ser entregue pelo Governo Federal em breve.
Municípios da região vão passar o malathion usando carros fumacê e bomba intercostal.
Quanto à efetividade do malathion, a CBN entrou em contato por telefone com o Ministério da Saúde, mas ninguém atendeu no final da tarde dessa quarta-feira (12). Um e-mail foi enviado, e até o fechamento da reportagem não havia resposta.
Em 2015, a Organização Mundial da Saúde declarou o malathion como um produto provavelmente cancerígeno ao ser humano.