O tratamento de doenças infecciosas com o plasma de pacientes que tiveram contato com o agente causador e desenvolveram anticorpos não é uma técnica nova.
Foi adotado pela primeira vez em 1918 durante a grande gripe, ou gripe espanhola.
Mas a ciência precisaria de mais tempo de pesquisa para comprovar os resultados. A razão leva a crer que um paciente ao receber os anticorpos presentes no sangue ou no plasma desenvolve defesa e elimina o agente agressor.
Por isso, a técnica está sendo utilizada contra o coronavírus com o aval das entidades de saúde e medicina e da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Mas se o tratamento salvará vidas como se fosse uma vacina, só com o tempo será possível afirmar.
Em Goioerê, o hospital Santa Casa iniciou nessa terça-feira o tratamento de pacientes com Covid-19 internados na UTI com o plasma de pessoas que se recuperaram da doença há mais de 30 dias.
O plasma veio de Curitiba, do Hemepar, Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná, e quase não chegou a tempo por causa da greve dos trabalhadores nos Correios. Se tivesse descongelado teria perdido o efeito.
O médico intensivista Jackson Fuck coordena os trabalhos e explica como funciona a terapia com o plasma.[ouça no áudio acima]
Em todo o mundo a terapia com plasma tem relatos de melhoras de pacientes e sem efeitos colaterais.[ouça no áudio acima]
O problema da Covid-19 são as complicações causadas pelo vírus, como inflamação e coagulação. O plasma entra como uma terapia adicional, mas pode não ser suficiente para conter os danos causados pelo vírus em órgãos e sistemas vitais do corpo.[ouça no áudio acima]
A terapia também será utilizada em um hospital de Umuarama.