Entenda
Por que os boletins da Covid-19 em Maringá têm óbitos de outras datas?
Saúde por Monique Manganaro/GMC Online em 16/12/2020 - 20:12Desde que foram registrados os primeiros casos de coronavírus no Brasil, autoridades de saúde de todo o País decidiram emitir boletins epidemiológicos da Covid-19 para acompanhar a evolução da doença. Os dados, reunidos por municípios e estados, são repassados ao Ministério da Saúde e indicam o comportamento do vírus em território nacional.
Em Maringá, desde as primeiras confirmações de pacientes infectados, a Prefeitura Municipal também adotou métodos próprios para divulgar informações sobre número de casos positivos, de pacientes recuperados e as taxas de ocupação hospitalar. Contudo, mesmo após nove meses de pandemia na cidade, os dados divulgados diariamente ainda deixam dúvidas.
Entre os principais questionamentos feitos por leitores do GMC Online e por ouvintes da CBN nas redes sociais está a dúvida: por que os boletins da Covid-19 indicam óbitos que aconteceram dias – e até semanas – atrás?
Para esclarecer o processo de contabilização de mortes que ocorrem por complicações causadas pelo coronavírus, a reportagem procurou a Prefeitura de Maringá. De acordo com informações divulgadas pela assessoria de comunicação, a inserção de dados em qualquer boletim depende de protocolos seguidos pela Secretaria de Saúde e, muitas vezes, o cumprimento dessas regras pré-estabelecidas pode atrasar a divulgação de informações.
Segundo a prefeitura, hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade enviam relatórios diários com número de casos e mortes registradas num período de 24 horas. Somente a partir do recebimento desses dados é que a Secretaria de Saúde consegue emitir um boletim – incluindo, portanto, todos os dados que recebeu dentro do período -, o que explica a aparição de mortes ocorrida dias atrás.
A liberação de testes para comprovação ou não de infecção por coronavírus é um dos fatores que pode atrasar o repasse desses dados. De acordo com a prefeitura, em casos de morte, por exemplo, é preciso que o hospital ou UBS comprove que o paciente estava infectado, o que é feito por meio de exame laboratorial. O trâmite de testagem, conforme a administração, pode atrasar a divulgação da informação e, neste caso, a morte aparecerá em boletins futuros.
Uma situação semelhante aconteceu no boletim divulgado nessa terça-feira (15). O documento indicou que Maringá registrou 12 mortes em 24 horas, mas trouxe a informação de um óbito confirmado no fim do mês passado, há mais de 15 dias.
Neste caso, especificamente, a prefeitura esclareceu que o exame não tinha saído até a data da morte do paciente, o que atrasou a comprovação de que o óbito foi em decorrência da Covid-19.
“O teste precisou ser realizado e o protocolo finalizado. A Secretaria de Saúde precisa aguardar todos os protocolos de envio de documentação da unidade de saúde responsável pelo paciente, para depois inserir no boletim”, reforçou a prefeitura, por meio da assessoria de comunicação.
A diminuição no número de casos da doença confirmados durante o fim de semana também é explicada pelo atraso no repasse de dados pelas unidades de saúde.
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