Peter Pan e os adultos infantis
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Opinião

Peter Pan e os adultos infantis

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 03/01/2025 - 08:00

Peter Pan e os adultos infantis.

Claro, você já deve ter ouvido falar da “Síndrome de Peter Pan”. Pessoas que resistem a crescer, tem dificuldade de encarar a idade que tem e, principalmente, as obrigações que a vida traz. Por isso, viver na “Terra do Nunca”, como o personagem da Disney, é a saída. 

Onde é a “Terra do Nunca”, via de regra, na casa dos pais. Nunca sair de lá. Não assumir compromissos, não ter que trabalhar para pagar as contas, ou se tiver, nada que não possa ser abandonado diante de qualquer situação de desconforto.

Se o mundo agride aquele que sofre da “Síndrome de Peter Pan”, o melhor é voltar a ser criança. Não assumir a vida e ter que tomar as próprias decisões. Há, isso vem acompanhado de um prática muito comum para quem sofre desta “doença”, diante de acusações, a culpa nunca é assumida, é sempre de outra pessoa. 

Logo, viver sem responsabilidade, infantilizado e vitimado, é a regra para o que está “enfermo”. A insegurança, a ansiedade, a angústia, reina na vida do atacado pelo mesmo mal que o personagem de sucesso de Walt Disney. 

Prefiro ser “Capitão Gancho”.

Todos os inimigos do afetado são o Capitão Gancho, aquele ser malvado que não descansa enquanto não acabar com o Peter Pan. Afinal, o malvado perdeu a mão por causa do infantilizado e foge desesperadamente de um crocodilo que se anuncia com um despertador. 

Ironicamente, na verdade, é o Peter Pan que foge do relógio, ele não admite que o tempo passou. Viver na dependência é mais negócio do que lutar pela sua essência. Ser adulto é um peso, envelhecer jamais. Os outros são velhos, como o “Velho Capitão Gancho”.

Não por acaso, quem tem a Síndrome de Peter Pan vive rodeado de pessoas mais jovens. Aqueles que podem ajudá-lo a manter-se com “calças curtas”. Quando estes também envelhecem, o infantilizado troca de amigos. 

Contudo, há um detalhe nestes seres assentados, eles são consumidores ávidos. Amam a aquisição de seus sonhos e gostam de brincar de adultos quando os benefícios são muitos. Via de regra, saem a noite, vão para a balada, tomam todas, fazem sexo, e retornam para casa onde o “berço” e a “frauda” os esperam. 

Sim, há patrocinadores da Síndrome de Peter Pan, os progenitores, mantenedores, “eternos responsáveis”, vulgarmente conhecidos como pais. Será que eles seriam os culpados?

Considero melhor refletir sobre o problema do que arrumar culpados. Porém, nesta história não há inocentes.                                                                         

 

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