CBN Maringá

A Estrutura Importa: Mais do que uma Questão de Organização

No mundo corporativo, a forma como uma empresa se organiza e se relaciona internamente revela muito sobre seus valores, sua cultura e, sobretudo, sua eficiência. As empresas podem ser horizontais ou verticais — e essa escolha não é apenas uma questão de organograma. Trata-se de uma decisão cultural profunda, que afeta os relacionamentos, os fluxos de informação e o próprio ambiente de trabalho.

Empresas Horizontais: Colaboração Sem Barreiras

Nas estruturas horizontais, as relações se dão de maneira paralela. Os membros da equipe interagem sem que a hierarquia pese sobre a troca de ideias. Cada um contribui com quem está ao lado, em um ambiente de respeito mútuo. A ênfase está na colaboração e na circulação de informações e experiências. A empresa flui com leveza, sem discriminação, sem imposições rígidas e com abertura para o diálogo. Esse modelo fortalece a confiança entre os colaboradores e estimula a inovação, pois todos se sentem parte de um coletivo onde a voz tem valor.

Empresas Verticais: Comando, Controle e Obediência

Já nas estruturas verticais, o que prevalece é a hierarquia. As decisões vêm de cima para baixo e a obediência se impõe sobre o diálogo. O foco não está necessariamente em resolver problemas ou buscar consensos, mas em seguir ordens. Muitas vezes, a criatividade e a iniciativa são sufocadas por frases como "cada um no seu quadrado" ou "ordem dada é ordem cumprida". O território está definido, e sair dele pode significar punição ou até demissão.

Autoridade e Responsabilidade: Uma Reflexão Necessária

Essa lógica vertical traz à tona uma reflexão ética, já abordada por Hannah Arendt: até que ponto é legítimo cumprir ordens apenas porque elas foram dadas? Quando alguém diz “fiz porque mandaram”, abdica da responsabilidade moral de seus atos. O ambiente empresarial não pode se tornar um espaço em que a autoridade se sobrepõe à consciência.

O Medo Como Ferramenta de Gestão

Nas empresas verticais, muitas vezes o medo é o principal motor: medo de errar, de ser punido, de ser desligado. Não se discute o que é certo, apenas se cumpre o que foi determinado. Essa cultura pode até entregar resultados no curto prazo, mas dificilmente sustenta equipes engajadas e inovadoras ao longo do tempo.

A Cultura da Sua Empresa: Compartilhamento ou Imposição?

É hora de olhar para dentro. A sua empresa socializa informações ou impõe o que deve ser feito? Existe espaço para a escuta, para o debate, para a construção coletiva? Ou predomina o silêncio dos que apenas obedecem? A cultura organizacional influencia diretamente nos resultados que tanto se busca alcançar.

Resultados: De Onde Eles Vêm?

E por fim, a pergunta essencial: os resultados que sua empresa busca, vêm de processos horizontais ou verticais? Onde está a verdadeira eficiência? Na imposição ou na colaboração? No medo ou na confiança?

A resposta pode revelar muito mais do que imaginamos. Ela pode ser o caminho para transformar o ambiente de trabalho em um espaço mais humano, produtivo e sustentável.

 

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