Estudo sobre a água de Maringá indica presença de substância com risco de gerar câncer
Imagem ilustrativa/Foto: Pixabay

Mapa da água

Estudo sobre a água de Maringá indica presença de substância com risco de gerar câncer

Saúde por Monique Manganaro/GMC Online em 08/03/2022 - 12:15

Um estudo feito a partir de dados sobre a água tratada no Brasil identificou a presença de substâncias químicas e até radioativas na água que sai da torneira em 763 cidades brasileiras. Entre os municípios está Maringá, onde foram detectadas substâncias que apresentam riscos à saúde acima do limite de segurança entre 2018 e 2020. 

O levantamento, nomeado Mapa da Água, foi feito e divulgado pela agência pública Repórter Brasil, que analisou resultados de testes realizados por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde. A partir da análise, a agência identificou a presença de substâncias químicas e radioativas na água tratada de um a cada quatro municípios onde testes foram feitos. 

As informações foram reunidas e divulgadas nessa segunda-feira (7). De acordo com o Mapa da Água, durante o período analisado, foram detectadas em Maringá ao menos uma substância com risco de gerar doenças crônicas, como câncer, e outras duas substâncias que também apresentam riscos à saúde. 

Os resultados obtidos no período de dois anos classificam o município com um nível de substâncias acima do limite de segurança. Isso significa que a quantidade de elementos encontrados nas amostras superam o limite regulamentado no Brasil, que, para especialistas ouvidos pela Repórter Brasil, já é considerado bem mais alto que o da União Europeia.

Foto: Reprodução/Mapa da Água
Foto: Reprodução/Mapa da Água

A mesma classificação foi dada a cidades da região, que também apresentaram níveis críticos de substâncias perigosas. Sarandi, Marialva e Astorga também apareceram no Mapa da Água com níveis acima do limite de segurança.

Após a divulgação do resultado do levantamento, a Prefeitura de Maringá se manifestou por meio de nota para cobrar explicações da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). No comunicado, a Agência Maringaense de Regulação (AMR) pedia, em até 24 horas, um posicionamento da estatal a respeito das substâncias que podem gerar riscos à saúde identificadas na água entregue à população. 

“Índices apresentados pelo Mapa da Água apontam que a água tratada de Maringá poderia conter substâncias com riscos de gerar doenças crônicas ao carregar agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas que são perigosas para a saúde quando acima dos limites fixados pelo Ministério da Saúde”, destacou a administração municipal. 

Procurada pela reportagem nesta terça-feira (8), a Sanepar também se manifestou por meio de nota. A empresa explicou que segue os parâmetros estabelecidos pelas autoridades de Saúde brasileiras. “A Sanepar atende rigorosamente os requisitos estabelecidos no Anexo XX da Portaria de Consolidação nº5/17 MS alterada pela Portaria 888/21 GM/MS e Portaria 2.472/21 GM/MS que estabelece limites de parâmetros que podem causar riscos à saúde e a frequência de amostragem para o monitoramento da qualidade da água desde a captação até o ponto de consumo da população.” 

No material divulgado, a agência Repórter Brasil destacou que os testes feitos com a água ocorrem após o tratamento e a maioria das substâncias encontradas não pode ser removida por meio de filtros ou da fervura do líquido. 

Para consultar o Mapa da Água, clique aqui

Reportagem atualizada para acréscimo de informações: Após a publicação da reportagem pelo GMC Online às 11h08, a Sanepar emitiu uma nova nota às 12h04, sobre o estudo feito com a água tratada em Maringá. Leia na íntegra:

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) realiza 7,5 milhões de análises por ano, para verificar a conformidade de 109 parâmetros que estabelecem o padrão de qualidade de água segundo o Ministério da Saúde. Este controle é realizado, de acordo com cada parâmetro, a cada hora, diariamente, mensalmente e a cada semestre, seguindo o monitoramento definido pela Portaria de Potabilidade do Ministério da Saúde e com aprovação das Vigilâncias Sanitárias municipais.

Todos os resultados das análises laboratoriais de qualidade da água da Sanepar são monitorados por uma rede de saúde pública formada pela Vigilância Sanitária, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde. A Sanepar envia relatório dos resultados às Vigilâncias Sanitárias municipais, que recebem essas análises em primeira mão e alimentam o Sistema de Informação da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde.

Além desse sistema, as mesmas informações ficam disponíveis para a população no site da Sanepar no campo “Qualidade da Água”, conforme exigência do decreto federal 5440.

Outros parâmetros constantes na legislação de potabilidade podem ser solicitados pelo cliente diretamente nos canais de atendimento da Sanepar.

Não há registro de qualquer notificação ou intervenção de nenhum órgão de vigilância na área da saúde, nem nas esferas municipais, na estadual e na federal, que acuse qualquer omissão ou irregularidade da Sanepar na qualidade da água fornecida pela Companhia.

Também não há nenhum registro de qualquer histórico de incidência de radioatividade na água nas unidades de produção da Sanepar.

As análises servem para a empresa identificar os problemas, avaliar o alcance e definir as ações de correção, que são feitas para garantir a potabilidade da água fornecida pela Sanepar em cada um dos 346 municípios atendidos pela Companhia.

A Sanepar atua de maneira rápida e com medidas de curto prazo quando há qualquer identificação, ainda que seja mínima, de padrões fora do Valor Máximo Permitido (VMP) de qualquer substância. O VMP é definido em portaria pelo Ministério da Saúde.

O monitoramento da Sanepar é realizado em todas as etapas: desde a captação da água nos rios e poços, no processo de tratamento e na rede de distribuição.

A Companhia tem uma das maiores e mais modernas redes de laboratórios de análises ambientais da América do Sul, com credenciamento pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (CGCRE) de que seus processos são executados de forma precisa e de acordo com padrões de excelência definidos pela norma ISO/IEC 17.025:2017, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esta norma é exclusiva para laboratórios de ensaio e calibração, além de certificação NBR ISO9001:2015, desde 1997.”

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