Decisão sobre ensino remoto na UEM é adiada
Na imagem, o reitor da UEM, professor Julio Damasceno, coordenando a reunião do CEP. A discussão foi feita de forma remota devido à Covid-19 (Credito: Reprodução/Canal Colegiados Superiores UEM)

Aulas

Decisão sobre ensino remoto na UEM é adiada

Educação por Victor Simião em 15/07/2020 - 16:34

Um pedido de vista foi feito. Com isso, a discussão sobre aulas a distância a partir de agosto deve ocorrer na semana que vem. A solicitação foi feita por um professor contrário a esse tipo de ensino. No bastidor, o resultado é visto como derrota para a reitoria. 

Esperada por 15 mil estudantes e por mais de mil professores, a decisão sobre a volta das aulas da graduação de forma remota na Universidade Estadual de Maringá ficou para semana que vem. O assunto, que começou a ser discutido nesta quarta-feira (15) durante reunião no Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP) foi adiado após um pedido de vista de um conselheiro. Em outras palavras, um professor solicitou prazo para analisar o processo com mais calma.

O CEP reúne coordenadores de cursos de graduação, pós-graduação e representantes dos alunos. É uma das instâncias superiores da UEM.

No bastidor, o resultado é visto como uma derrota para a reitoria. A informação apurada pela CBN é a de que a reitoria tem trabalho para o retorno das aulas de forma remota por vários motivos. Um deles é que, com isso, a pressão de setores da sociedade seria reduzida - já que há quem diga que a universidade recebe dinheiro, mas não trabalha neste momento. Além disso, a direção da UEM avalia que a volta permitirá que o contrato de professores temporários seja renovado - algo que o Governo do Paraná só autoriza se houver calendário letivo.

A UEM não deu início às aulas do ano letivo de 2020 devido à pandemia da Covid-19. A proposta de retorno foi feita por um grupo de trabalho e já foi aprovada na Câmara de Graduação - uma instância inferior. O plano é o de retornar com as aulas de graduação de forma remota a partir de 03 de agosto.

Em maio, o CEP aprovou que ações de extensão pudessem ser feitas de forma retoma. Além disso, orientações de trabalho e a pós-graduação continuam a distância. Esses são alguns dos motivos são utilizados pela UEM para dizer que segue trabalhando nesta pandemia.

Na manhã desta quarta, professores e alunos de um grupo chamado “Mobiliza UEM” fizeram um ato em frente à reitoria. Na avaliação deles, o ensino remoto precariza a educação - já que, entre outros motivos, nem todos têm acesso à internet e à tecnologia.

Dados da UEM informam que ao menos 200 alunos têm dificuldades nesse sentido. A informação foi coletada em um questionário online.

O pedido de vista foi feito pelo professor Thiago Ferraiol, do departamento de matemática. Ele um dos docentes contrários ao ensino remoto. Durante a reunião do CEP, Ferraiol falou que esse tipo de medida irá atender apenas a uma elite. [ouça no áudio acima]

O pedido de vista foi aceito pelo reitor da Universidade Estadual de Maringá, professor Julio Damasceno. O tema volta à discussão na semana que vem, com a possibilidade de sofrer alterações.

Representante dos alunos, o estudante Bruno Barra falou durante a reunião que o ensino remoto trará uma série de problemas. A questão não é apenas ter ou não acesso. E uma mãe que tem filhos para cuidar no momento, como vai poder assistir às aulas?, questionou. [ouça no áudio acima]

A UEM já informou estar tomando medidas para evitar que alunos sejam prejudicados com o ensino a distância. Entre outras, obteve a doação de 450 smartphones, que poderão ser emprestados para que não tem equipamentos. A instituição também já disse estar trabalhando para conseguir internet de graça para quem não tem banda larga.

A assessoria de comunicação da UEM informa que a reitoria não se manifesta sobre assuntos relativos ao CEP, já que é um colegiado.

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