Na primeira metade de 2013, o governo da presidente Dilma Roussef apresentava elevados indicadores de aprovação e parecia caminhar para uma tranquila campanha de reeleição, conforme projeções de pesquisas. Em junho de 2013, contudo, irromperam manifestações de rua que modificaram a conjuntura nacional. Iniciando com uma pauta voltada às tarifas do transporte público, as manifestações também questionaram os gastos públicos com obras voltadas à copa do mundo.
Já naquele ano, com a diversificação do perfil dos manifestantes, o tema da corrupção também mobilizou as ruas, o que foi retroalimentado pelo julgamento da Ação Penal 470, relativa ao caso conhecido como “mensalão, na segunda metade de 2013. Em meados de 2014, o tema da moralidade pública foi reavivado pelo início da operação Lava-jato e com as primeiras denúncias do escândalo na Petrobrás, embora o impacto na eleição daquele ano tenha sido limitado.
Com as manifestações da segunda metade de 2013, a popularidade do governo federal oscilou para baixo, anunciando um certame eleitoral mais imprevisível. No início de 2014, porém, o governo federal realinhou suas forças, recuperou popularidade e a candidatura da presidente Dilma Roussef, repetindo a chapa de 2010 e contando com o apoio de uma ampla aliança, iniciou o certame com larga dianteira sobre os concorrentes.
O PSDB consolidou a candidatura do senador Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, que teve preferência sobre a pré-candidatura do ex-governador José Serra. Tendo obtido a terceira colocação em 2010 com expressiva votação, Marina da Silva preparou-se para o novo certame por intermédio da formação de uma nova sigla partidária, a Rede de Sustentabilidade, mas não conseguiu legalizá-la em tempo hábil. Assim, decidiu se aliar com o governador Eduardo Campos, do PSB, como vice de sua chapa a presidente da República.
Marina da Silva, em algumas pesquisas, figurava em segundo lugar, atrás apenas de Dilma Roussef. Eduardo Campos era visto como um candidato promissor, embora sua pontuação, nas primeiras pesquisas, ficasse na casa de um dígito.
Em abril de 2014, faltando seis meses para a eleição, Dilma Roussef liderava as pesquisas com 38%. Com 16%, Aécio Neves vinha em segundo lugar, enquanto Eduardo Campos, com 10%, vinha na terceira posição.
Essa tendência se manteve até o início de agosto, mas um fato inesperado impactou a conjuntura, a morte do candidato Eduardo Campos em um acidente aéreo. A ascensão de Marina da Silva como candidata principal a levou, rapidamente, ao segundo lugar nas pesquisas, somando a comoção pelo fato trágico com o eleitorado sedimentado na eleição anterior. No final de agosto, Marina da Silva, apresentando-se como terceira via, alcançou o empate com a presidente Dilma Roussef nas pesquisas, cada qual com 34% dos votos.
A curva ascendente parecia levar Marina da Silva à vitória, mas sua candidatura começou a sofrer pressão das duas máquinas partidárias mais fortes do país, a do PT e a do PSDB. Com isso, sua candidatura sofreu desgastes e começou a perder pontos, sendo ultrapassada por Aécio Neves. No primeiro turno, Marina finalizou com 21,32%, atrás de Aécio Neves, que obteve 33,55%, e de Dilma Roussef, que liderou com 41,59%.
O segundo turno foi o mais equilibrado da história. Fazendo uma campanha mais contundente de oposição e contando com o apoio de Marina da Silva, Aécio Neves obteve 48,36% dos votos. Dilma Roussef foi a vencedora com 51,64%.