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Opinião
O consumo de produtos eletroeletrônicos está crescendo no Brasil. O país já é o quinto em descarte deste segmento no mundo. Anualmente se produz 53 mil toneladas de resíduos em todo o planeta. Os brasileiros contribuem com duas mil. O levantamento é da Green Eletron, gestora sem fins lucrativos da logística reversa.
Segundo o levantamento, grande parte da população brasileira tem uma visão limitada do que são resíduos elétricos e eletrônicos e não tem meios de descarte. Para se ter uma ideia, por mais que 81% já ouviram falar sobre o tema, 33% consideram que lixo eletrônico é o spam que vem em e-mails. 51% não considera que sua geladeira, liquidificador e micro-ondas estão incluídos neste tipo de lixo.
O tempo entre compra e consumo tem reduzido de forma impressionante. Um terço dos produtos encontrados estarão em desuso em menos de 3 anos. Metade já estará descartado em 7 anos. O que faz crescer significativamente a pilha de descartáveis. O impressionante disso, é que 52% dos aparelhos descartados ainda estão funcionando de forma total ou parcial. Poderiam ser consertados, mas não são. Um terço dos eletroeletrônicos ficam armazenados na moradia das pessoas, sem um fim correto.
Consumimos intensamente. Veja o número de tomadas que temos em nossas residências. Elas aumentam. Se não temos instalada na edificação, recorremos a meios de ampliar os plugs para usar cada vez mais estes produtos. E a despensa das residências vão acumulando o que não usamos mais.
A questão fundamental está no culto ao consumo, o ritual da aquisição. Um ato excitante que dá sensações múltiplas as pessoas. Os ambientes de consumo e a maneira como os bens estão associados ao sentimento de bem-estar e de realização. Viver para o consumo se transformou em uma proposta de vida. Uma inspiração para a existência. A mensagem publicitária virou uma “filosofia de vida”.
Enquanto não percebermos a dimensão do que estamos fazendo, cada um e todos, embalados pelo desejo de ter mesmo sem necessitar, nada vai mudar. Levando-se em consideração que esta prática é o que sustenta a economia, a circulação da riqueza está na aquisição constante de bens supérfluos. Os bens duráveis que estão nas “prateleiras do mercado” não duram mais. E mesmo que durem, parte das pessoas querem algo “novo”.
É nessas horas que o comportamento de cada um conta e pode fazer uma grande diferença. Ter ciência e consciência do quanto nossa vida gira na busca de “colecionarmos” e acumularmos objetos. Empilhar os bens ofertados virou nosso propósito. Vivemos para a delícia da associação de ter e não percebemos a relação que esta prática tem com a construção de culto e uma cultura da acumulação perpétua. Isso não faz bem a ninguém e compromete o futuro de diversas formas.
As vezes é hora de pararmos e repensarmos se este é o objetivo de viver e se resumimos uma vida inteira para consumir. Uma vida não pode ser resumida na concentração de objetos e na busca incessante do consumo.
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