Brasil, o país mais afro fora da África
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Opinião

Brasil, o país mais afro fora da África

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 18/11/2025 - 08:00

No dia 20 de Novembro, o Brasil celebra o Dia Nacional da Consciência Negra, uma data que nos convida a refletir sobre a história, a cultura e, fundamentalmente, a contribuição econômica da população afro-brasileira para a nação.

O Brasil detém o título de ser o país com a maior população afrodescendente fora do continente africano. Esta população, que constitui a maioria dos brasileiros, é um pilar econômico cuja relevância, muitas vezes, é negada, pouco compreendida ou subestimada.

A Formação Econômica: Raízes na Escravidão e Riqueza Nacional

Para dimensionar o papel da população afro na economia, é imperativo revisitar a própria gênese do Brasil. A condição do trabalho escravo foi o motor que:

  • Formou a economia brasileira: Estruturando os primeiros ciclos de produção e comércio.

  • Constituiu a riqueza do país: Gerando o capital inicial para o desenvolvimento nacional.

  • Deu sentido à ocupação econômica: Sustentando as atividades que definiram o Brasil como uma nação, desde a sua vocação agroexportadora até o subsequente processo de ocupação urbana e a formação da sociedade.

A história da escravidão, embora seja uma parte dolorosa e complexa de nosso passado, é inegavelmente a base sobre a qual a estrutura econômica do país foi erguida. Compreender a profundidade desta raiz social é crucial para entender o presente.

O Potencial Econômico Atual e a Persistência da Desigualdade

Atualmente, a população afro-brasileira não apenas é maioria demográfica, mas também representa um potencial econômico gigantesco.

De acordo com dados do IBGE, esta população detém 56% de representação na produção econômica total do Brasil, gerando um valor estimado em R$ 2 trilhões por ano.

No entanto, há uma grande contradição:

Apesar de o Brasil ser um país cujas raízes sociais são majoritariamente afro, a desigualdade de renda e de condições para a população afro-brasileira ainda persiste de forma alarmante.

Essa persistente disparidade de renda e oportunidades é um obstáculo estrutural que limita o pleno desenvolvimento e a distribuição da riqueza produzida.

O Imperativo da Mudança: Repensando a Identidade Nacional

Diante desses fatos históricos e econômicos, o Brasil tem o dever de repensar e reavaliar a sua própria identidade social e econômica.

É fundamental que o país promova uma transformação profunda nas esferas de:

  • Relações de Trabalho: Garantindo equidade e remuneração justa.

  • Administração e Gestão: Promovendo a inclusão de profissionais negros em cargos de liderança.

  • Inclusão Social: Fomentando políticas que combatam as desigualdades estruturais.

Nós, brasileiros, devemos estar mais atentos à condição que nos formou. A população afro-brasileira tem um papel significativo e determinante na constituição econômica, social e cultural da nação. Reconhecer essa contribuição é o primeiro passo para construir um futuro mais justo e próspero para todos.

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