Foi uma manhã de festa. Os 38 venezuelanos que passaram por formação finalmente concluíram a etapa teórica. Esta quarta-feira, dia de formatura, foi dia de tirar fotos, receber abraços e sorrir.
Agora, chegou a hora de pegar a estrada. O grupo foi selecionado por meio de um projeto do Exército em Boa Vista, Roraima, onde estava refugiado devido à crise no país vizinho. Os 38, que já tinham habilitação para dirigir caminhão na Venezuela, chegaram a Maringá em julho e passaram por mais de 500 horas de formação. Aulas de direção, legislação brasileira e cultura local fizeram parte do programa. Tudo para que eles se tornassem motoristas da Transpanorama.
O Carlos José, de 47 anos, disse estar feliz porque gostou da cidade e do que aprendeu. Ele já pensa em trazer a família, já que não pode voltar a Venezuela. José era funcionário público e por ter saído do país é considerado desertor e pode ser preso por lá.
A remuneração de um motorista pode chegar a R$ 4 mil, com salário mais benefícios. Para o presidente do Grupo G10, que controla a Transpanorama, foi um aprendizado estar com os venezuelanos.
Os 38 motoristas agora vão passar 30 dias na estrada com padrinhos - motoristas da empresa que vão ser companheiros de viagem nesse primeiro momento. Depois, os mais novos funcionários vão se tornar motoristas reservas, que cobrem as folgas e atuam mais nas rodovias próximas a Maringá.
Para o instrutor de direção Kleber Garcia, é o momento de desejar boa sorte aos agora ex-alunos.
O Richard Mendonça, de 50 anos, chorou quando chegou a Maringá. Nesta manhã, era só sorrisos, e disse estar preparado para ficar na boleia do caminhão.
A Transpanorama agora auxilia os venezuelanos a trazer a família para Maringá.
O grupo G10 tem cerca de 2 mil motoristas.