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Sequestrado nas redes sociais
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 17/01/2020 - 08:00No Brasil, hoje, mais de 8,5 milhões de pessoas já tiveram a sua conta no Whatsapp clonada. Os motivos são os mais diversos. Os dados são da pesquisa feita pela PSafe, uma empresa de segurança na internet.
Segundo os dados do levantamento, 26,7% de quem teve o Whatsapp clonado acabou tendo o vazamento de conversas nas redes sociais. Já para 26,6% o principal problema foram os golpes associados a compras e o acesso a links. Pela pesquisa 18,2% tiveram sua conta no Whatsapp usada para pedir dinheiro emprestado. 18% tiveram a perda da conta definitivamente. 10,5% foram chantageados.
Vale lembrar que o Brasil é o quarto país em uso de dispositivos móveis. Hoje, 56% dos brasileiros usam o Whatsapp. Nos últimos 5 anos tivemos um aumento de 138% no uso de dispositivos móveis no país. A média mundial de crescimento é de 115%. São 120 milhões de brasileiros ligados nas redes sociais e se comunicando pelos aplicativos. Os dados são da pesquisa feita pela Hootsuite e Statista.
Nossa vida depende cada vez mais do celular e do smartphone. Estamos ligados e plugados nas redes sociais com toda a virtualidade real que ela nos oferece. Nossa vida é contada dia a dia através de nossas postagens e mensagens. Criamos nos dispositivos móveis uma extensão de nossa memória, dados, conhecimento e informações de forma geral. Mas qual o preço disso?
Estamos sequestrados pela dependência. Contudo, nos transformamos em outras pessoas ao termos nos dispositivos móveis um meio de nos relacionarmos com uma intensidade, quantidade e qualidade que não teríamos presencialmente. Nós refizemos diante da internet e das redes sociais. Reconstruímos o sentido do possível e impossível.
Desta forma, somos sequestrados. Quem tem acesso as nossas informações terá o poder de conhecer mais sobre nós do que, muitas vezes, nós mesmos. Por isso, ficamos em pânico quando temos nossas contas invadidas, clonadas ou manipuladas. O estrago é grande quando nossos “segredos” se espalham e em questão de segundos se transformam em dados públicos.
Não por acaso a palavra “segurança” tem ganho espaço no mundo virtual. Queremos ferramentas de todas as formas para nos permitir viver em paz com nossa extensão. Contudo, o inimigo invasor espreita e se qualifica. Temos que ficar atentos. Mas até quando e onde irá nossa dependência da rede mundial de computadores, dos aparelhos celulares e smartphones? Até onde vai o temor da invasão? Difícil saber.
O que se tem certeza é que dá saudade quando nossos segredos ficavam armazenados em nossa memória. Ficam dentro de nós. E não sairiam de lá para nos comprometer. Nunca tivemos que vigiar tanto nossos pensamentos, sonhos, ilusões e devaneios. Já que boa parte deles está em nossa memória virtual possível de ser invadida.
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