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Quem é o senhor de nossas vidas?
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 27/06/2023 - 08:00Você se interessa em saber qual é o principal determinante de nossas vidas? Onde estaria o poder com maior influência sobe o cotidiano de grande parte das pessoas?
Eu arrisco em dizer que a economia é um campo importante da vida. Nem sempre entendida da forma que se deve. Acreditamos que economia se traduz na lógica do mercado, dos investimentos, de nossas práticas diárias da vida financeira, nossos créditos e débitos.
Mas, considero importante entender que a economia requer um outro elemento de poder que permite avanços ou retrocessos, o poder político, a interferência do Estado na vida privada. O que no Brasil, é grande.
Ele, o Estado, para manter o seu poder, é o maior consumidor e o maior credor. Ele tem um poder material acima dos demais agentes econômicos. Sua burocracia altera o cotidiano. Ele está presente em nossa vida econômica direta ou indiretamente. Ah, vale lembrar, ele é também o maior empregador.
Não por acaso, a vida pública é tão atraente, assim como, ser funcionário público e um desejo de muita gente. Parte considerável quer se associar ao poder do Estado. A política atrai pelo poder que o Estado tem de realizar e de atrapalhar.
O poder público pode fazer como desfazer, pode gerar possibilidades e acabar com elas. Logo, muitos dos bem-sucedidos, aqueles que posam de empresários de sucesso, parte considerável de sua ascensão se deu na aliança, troca de favores, benesses do poder público.
Por isso, o Estado brasileiro é um mal e ao mesmo tempo considerado um benfeitor.
Por isso, muitos que se dizem liberais e outros tantos que se alinham ao socialismo, porém, na prática, ambos sabem que ser aliado do poder público é a forma de se manterem vivos. Podem até discordar de muitas coisas, mas lutam pelo acesso a força econômica do Estado com unhas e dentes.
Logo, temos até políticas econômicas bem diferentes de ideologias de direita ou de esquerda, liberais ou socialistas, mas, quando se fala do poder e de mantê-los, são farinha do mesmo saco.
A questão no Brasil não é o tamanho do Estado, mas a quem ele interessa. A dependência do poder público e resultado histórico da formação social e de suas características e necessidades distintas.
Nessa história do poder, o Estado emergiu do controle que exerceu sobre uma população diversa dentro de um território vasto e de formação peculiar. O que manteve a colcha de retalhos unida foram as costuras da autoridade do poder, tudo por um preço elevado.
O que podemos e devemos fazer é ganharmos autonomia diante do poder público e construir uma variação de forças regionais e alternativas econômicas que tenham mais autonomia em relação ao poder público.
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