Na sexta-feira à noite três pacientes ficaram mais de uma hora dentro de ambulâncias na porta do Hospital Universitário de Maringá. Não podiam entrar porque não havia cirurgião. O hospital não conseguiu fechar a escala de plantão. O próprio superintendente do HU, que é cirurgião, teve que assumir a função.
A situação expôs uma crise no hospital que atende uma população de dois milhões de pessoas: a falta de médicos. Segundo o reitor Julio Damasceno o hospital precisaria contratar 141 profissionais, 36 médicos. Ou melhor, 38, porque a direção acaba de receber o pedido de exoneração de mais dois médicos, com contratos temporários e na especialidade mais crítica: cirurgia.
O HU tem 140 médicos efetivos. Outros 20 com contratos temporários e 70 médicos credenciados. Desde 2014, não tem autorização de novo concurso público. Os médicos credenciados não conhecem a rotina do HU a fundo e não seguem a mesma escala de trabalho dos demais.
O hospital deve inaugurar até dezembro cem leitos. Mas faltam recursos para a compra de equipamentos. E sem a contratação de equipes, não será possível por a nova ala para funcionar.
No limite do atendimento, o HU já procurou o Ministério Público e faz apelo a deputados e ao governo do Estado.
O HU atende 5 mil pacientes em média por mês. O Estado informou que em 2016 autorizou a nomeação de 139 servidores para o HU. Não informou quantos destes são médicos.