Na noite de sexta-feira (16), o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), vinculado à Universidade Estadual de Maringá (UEM), precisou tomar medidas extremas em relação ao atendimento de pacientes. É necessário que a sociedade saiba os motivos que levaram o Hospital a tomar esta atitude.
O HUM é o que o Sistema Único de Saúde chama de porta de entrada para urgências e emergências Isto é, os serviços de resgate têm como protocolo levar pessoas acidentadas e com problemas agudos de saúde para o Pronto Atendimento do Hospital, que é chamado de PA. Este setor funciona com uma equipe de técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e cirurgiões, além de outros profissionais da saúde. O que aconteceu é que a falta de reposição de servidores no HUM levou a equipe a solicitar que os pacientes da noite de ontem fossem enviados para outras unidades hospitalares de Maringá, visto que não havia pessoal disponível para atender à demanda, especialmente, médicos cirurgiões.
Ultimamente, o HUM tem resolvido seus problemas de pessoal contratando por meio de uma modalidade chamada de credenciamento, visto que não há contratação por concurso público desde 2014 e muitos servidores se aposentaram, pediram exoneração ou morreram. O custo destas contratações credenciadas é financiado por recursos arrecadados pela própria Universidade. Isto é, a UEM está deixando de fazer investimentos em infraestrutura e equipamentos para financiar o pagamento de pessoal, o que é responsabilidade do governo do Estado.
Porém, esta alternativa também chegou ao seu limite, visto que a modalidade não é atrativa para médicos em algumas especialidades, como os plantões no PA, do HUM. O efeito colateral é que o Hospital não consegue contratar e, em consequência disso, não se consegue fechar as escalas de plantão: falta de profissionais.
Foi o que aconteceu na sexta-feira. Para que os pacientes fossem atendidos, o superintendente do Hospital, Vicente Kira, assumiu as atividades no PA e atendeu aos pacientes que estavam aguardando. Ressaltamos que todos foram recebidos e tratados pelo superintendente, enquanto a equipe do Pronto Atendimento recebeu e cuidou de mais 180 pacientes durante a noite.
Mas essa não é, de forma nenhuma, a solução. O Hospital e a UEM querem mostrar para a sociedade que o HUM não se recusa a fazer atendimentos. Faz isso com qualidade e é para manter essa excelência que precisa de pessoal, necessita repor seus quadros, porque a capacidade de trabalho está no limite.
Enfim, para que o HUM funcione e mantenha sua qualidade, é preciso que se dê as condições necessárias à equipe. A Hospital pede à população que compreenda a situação da necessidade de contratação de novos servidores e entre nesta luta junto com a UEM/HUM. Afinal, há uma nova ala sendo construída para ampliar o atendimento. Mas, se a situação de recursos humanos não mudar, será impossível colocar o novo espaço em funcionamento.
A luta pelo HUM é uma luta da comunidade, da população de Maringá e região. Esta é a hora de se criar um movimento que possa dar ao Hospital a condição de se manter uma unidade de saúde de excelência para a população não só na urgência e emergência, mas na sua atuação ambulatorial.