Personalismo político é imediatismo do eleitor
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Opinião

Personalismo político é imediatismo do eleitor

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 05/04/2022 - 10:01

A dança das cadeiras entre os políticos devido a janela partidária que se encerrou no último ida 1 de abril dá uma demonstração do pragmatismo e da personificação política no país. Dos 84 deputados do Paraná, por exemplo, 51% deles mudaram de partido. Sendo que o PSD, partido do atual governador Ratinho Júnior foi o que mais recebeu filiados. Outros também cresceram, como o Progressista.

A saída de um partido para outro é algo comum. O Podemos, há poucos dias, viu seu pré-candidato a presidente se retirar sem aviso prévio e ir para o União Brasil. Moro foi para um partido que lhe desse mais estrutura, mesmo desistindo da campanha presidencial. Neste contexto, o mais verdadeiro dos políticos a se pronunciar sobre o valor dos partidos políticos é o senador pelo Paraná Oriovisto Guimarães, do Podemos, “não tenho amor a nenhum partido, nem ao meu”.

A personificação está acima de um projeto nacional. Se os partidos deveriam ser o compromisso com uma política mais abrangente em relação aos temas mais relevantes do país, hoje eles representam apenas uma oportunidade. As siglas surgem como igrejas nas esquinas com os mais diferentes nomes e prometendo te elevar a Deus. São mais um negócio do que um compromisso.

Os políticos que circulam nas siglas demonstram quem são. O oportunismo fala mais alto que o comprometimento. A falta de fidelidade é descarada e o eleitor é um mero avalizador momentâneo da busca de permanecer no poder.

Quem ontem nos criticava hoje estamos abraçando. Inimigos viram aliados e no jogo de interesses, um fantoche imbecilizado pode ir longe na política se aproveitando do momento. Vivemos de momentos e não da construção de uma trajetória.

Mas se a política é pragmática e imediatista em suas preocupações, não para quem está fazendo carreira pessoal, a vida não é diferente para grande parte dos brasileiros. A memória curta é condutora dos atos. Há uma desconexão entre o que nos comprometemos ontem e o que pretendemos fazer hoje. Poucos cobram das pessoas coerência e por isso elas lidam com suas posturas conforme o sabor do vento.

Política infiel, eleitores insensatos e um pragmatismo eficiente. E a vida segue seu curso. A democracia é fantástica, sem dúvida a menos ruim das formas de governo. Ela permite que um dia, no curso do tempo isto mude. Pior seria ter que conviver com um único otário e autoritário, sem perspectiva de se livrar dele. 

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