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Pedágio é objeto de poder
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 21/03/2023 - 12:00O que faz com que alguém se candidate a ser um representante público? O que faz um ser humano gostar tanto do poder? A vaidade conta? Acredito que sim. Poucos saboreiam o poder sem ter vontade de ter a sensação de ser o senhor da vida de muitos.
Pode até existir alguém que não seja embriagado pelo poder, pode existir. Mas, a liderança exige um grau de vaidade. Se não isso, pelo menos um amor-próprio.
Maquiavel considerava que o principal objetivo de quem alcança o poder é manter-se. Se o líder conseguir manipular as forças que o sustentam, se manterá. Se as forças determinantes estiverem ao seu lado, fará o que deve ser feito.
Porém, quais são as forças que sustentam o poder? Esta é uma controvérsia. São tantas. Há as determinantes. Aquelas que geram uma pressão ou condução eficiente sobre que governa. Você pode chamar de sobra de ameaça ou os cordões que puxam a marionete que está no poder.
Marionete e cordões manipuladores? Como assim?
Acredito que é bom refrescar a memória de que não há um poder autônomo. Todo ele é sustentado por uma condição. Não há que seja esteja à frente de pessoas sem estar sustentado por forças e relações que legitimam sua autoridade. Se há instabilidade e excesso absoluto, há uma “guerra civil”.
Vamos a um caso concreto de manipulação das forças para permanecer no poder. O governador do Paraná, Ratinho Júnior, agora está negociando com o governo Lula para viabilizar o pedágio no Estado.
O antigo pedágio já se foi há mais de um ano. Não traz nenhuma saudosa memória dos preços absurdos. As antigas concessionárias foram embora, deixaram obras inacabadas. O abandono atual das rodovias são marcados por buracos e reclamações constantes.
Tem horas que chego a pensar que este tempo sem pedágio e rodovias abandonadas é um ato proposital para que a população reclame e queira o retorno de um pedágio a qualquer preço. O imediatismo é perigoso.
Mas, na arte de governar tem que se saber quem se governa. E conhecer o imediatismo da população, seu raciocínio fundado no interesse imediato, deixa brechas para o oportunismo. Há um preço a se pagar por isso. Podemos pagar com o contrato de concessão que vem por aí.
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