Opinião
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O ano é novo, mas a experiência é velha conhecida
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 31/12/2024 - 08:00
Não se mede a experiência pelo tempo.
Já que vivemos contando o tempo, porque não falar da experiência. Todos vivemos um determinado tempo e, nele, passamos por nossas experiências. Em regra, estamos sempre argumentando na comparação entre pessoas e suas condutas a questão da experiência. Quem tem mais e quem tem menos.
Contudo, o que é a experiência? Quem poderia ser considerado um ser humano que aprendeu com sua experiência?
Estamos falando da passagem de um ano para outro. Nas ruas, ao se cruzarem, conhecidos ou não, pessoas a se cumprimentarem, desejam, uns aos outros, “Feliz Ano Novo!”. No ritual, se legitima a linha imaginária do tempo que corre se parar somando a tudo a possibilidade de medida.
Nesta linha, tudo se transforma e o processo de mudança é possível de ser considerado “lento” para uns e “acelerado” para outros. Sim, o tempo é medida que dá a todos e a cada um uma possibilidade de se comparar no tempo.
Nessa vida medida, tudo tem começo, meio e fim.
É aquela possibilidade tola de se perceber no tempo medido as fases da vida no seu destino irreversível de “começo”, “meio” e “fim”.
Porém, neste tempo medido, há a experiência. Aquilo que se viveu em determinado tempo. Aquilo que se soma à vida nos dá a dimensão do seu significado. O que é ter tido a vida boa, ter vivido bem, aproveitado a vida? Difícil de responder.
A resposta para a boa vida não é o que se viveu, mas o significado que a experiência nos gera. E, para que isso ocorra, antes de qualquer experiência já estamos marcados por outras já vividas.
Ou seja, o que experimento hoje está contaminado pela experiência que contaminou ontem e vai me contaminar para novas experiências amanhã. Logo, estamos contaminados. Essa história de neutralidade, de pureza, de inocência não existe da maneira que a expressamos.
Assim, o “Ano Novo” não é efetivamente “novo”. Ele é para cada um o que as experiências dos anos anteriores foram.
2025 será um recorte quantitativo de tempo onde a nossa existência e nossas experiências se somam e se somaram, gerando significados distintos. Por isso, o “Feliz Ano Novo!”, expresso com sinceridade, apenas deseja o que somente a experiência e seus significados pode dar, a satisfação de transformar o tempo em algo além de medida quantitativa da vida.
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