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Microempresas: os pequenos grandes
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 26/03/2020 - 08:23Hoje, no Brasil, 98,5% da empresas são Micro ou pequenas. Elas são responsáveis por mais de 50% das contratações, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Quer mais? Já são mais de 16,5 milhões de MPEs espalhadas pelo país e podem chegar a mais de 17,5 milhões até 2022, segundo levantamento do Sebrae. Elas são fortes mesmo sem serem grandes, representam 27% do Produto Interno Bruto, pouco para o peso social que tem.
Diante da crise do coronavírus estas empresas estão ameaçadas. Em sua maioria, a condição de funcionamento é frágil. O caixa para a sobrevivência é reduzido. Um mapeamento do Sebrae sobre o impacto da Covid-19 mostra que 2,5 milhões e MPEs estão ameaçadas pela crise do coronavírus. Os números podem aumentar. A maioria no setor de varejo. Destaque para as que atuam com no comércio tradicional. Também serão afetados o Microempreendedores Individuais (MEIs). Na sequência a construção civil e setores da moda, indústria têxtil. Este setor movimenta R$ 215 bilhões, segundo o IBGE (2018).
O setor vale muito, mas é frágil e precisa de atenção. O governo federal lançou uma medida provisória que tem validade de 180 dias. Nela ele prorroga o pagamento de tributos, flexibiliza a relação capital-trabalho e busca linha de crédito para as MPEs. Os principais bancos do país, públicos e privados, já tomaram medidas no sentido de amenizar o peso da crise para os micro e pequenos empresários.
Precisamos ter claro que as micro e pequenas empresas têm um peso social na economia imenso. Elas são as que geram de imediato a sensação de estabilidade ou instabilidade na economia. Contudo, não representam da mesma forma, na mesma proporção, o peso no Produto Interno Bruto. A crise do desemprego irá afetar grande parte das empresas e dos brasileiros, mas em uma proporção diferente.
Vale lembrar que grande parte dos microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas atuam em setores como comércio e serviço. Com produtos e serviços de baixa qualificação e complexidade. Poucos trabalham com tecnologia, inovação e aprimoramento. O “empresário” não tem uma vida muito diferente do empregado, nestas empresas de pequeno porte. Este é o principal problema diante da crise que estamos vivendo.
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