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Após a carne e o café, agora é o preço do leite que está assustando os consumidores nos supermercados. Por ser um alimento que não pode faltar na mesa de muitos brasileiros, a bebida já começa a pesar no bolso de quem não abre mão do consumo. 

Em Maringá, o litro do leite já é comercializado em alguns supermercados por aproximadamente R$ 8. Em algumas das grandes cidades brasileiras, esse valor pode chegar a R$ 10. 

Segundo o Índice de Preços ao Consumidor – 10 (IPC-10), indicador econômico calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o preço do leite subiu 20,97% em 12 meses. 

As causas do aumento, conforme explicou o economista e colunista da CBN Maringá e do GMC Online, João Ricardo Tonin, são variadas. Um dos aspectos, inclusive, está relacionado à alta no preço dos combustíveis, que impacta diretamente nos custos de transporte dos alimentos. “O leite é transportado das fazendas até o laticínio. Neste caso, produtores distantes dos laticínios tiveram um grande impacto do aumento dos combustíveis”, disse. 

Outro fator que tem relação direta com o maior custo da bebida é o preço da carne, que também teve aumento considerável recentemente. Com o produto sendo vendido a preços mais elevados, muitos produtores rurais decidiram migrar da produção de bovinos de leite para a produção de animais para abate. “A produção de leite é muito custosa e difícil. Acordar cedo para retirar leite e manter os custos de operação não é fácil”, considerou o economista. 

Conforme citou Tonin, o leite, assim como outros alimentos, também sofre influência do aumento de preços a nível mundial. “O setor produtor de leite tem custos operacionais altos em relação ao setor de abate. O aumento dos custos criou um incentivo para a migração de atividades”, acrescentou. 

Segundo o pesquisador Glauco Rodrigues Carvalho, gestor da área de Economia do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite, em entrevista ao programa Revista Brasil, da EBC Rádios, outro fator que deve ser considerado na hora de explicar o aumento no preço do leite é o período de entressafra que o País enfrenta. 

“É o período de menor produção de leite do Brasil, que ocorre justamente nos meses de junho e julho. Nós estamos num período de pouco leite, um período de seca, que obviamente afeta o volume de leite. Esse é um fator que acontece todo ano, um momento em que, em geral, os preços sobem”, disse. 

Apesar de o aumento no preço do alimento ser uma condição puxada por várias questões econômicas, para o economista João Ricardo Tonin é possível que a melhora em alguns cenários reflita em uma diminuição no custo da bebida nos próximos meses. De acordo com ele, uma possível redução – ou ao menos estabilização – dos valores pode ser conquistada com a queda no preço dos combustíveis. “Eu acho que agora, com a redução dos combustíveis, pode ser que o cenário melhore marginalmente”, afirmou. 

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