Desilusão com velhos hábitos

Lula ganhou mais tempo para ficar livre. Muitos brasileiros ficaram decepcionados. Será que o ex-presidente, já condenado em segunda instância vai se livrar da prisão. Se o petista se livrar pode abrir brechas para mais condenados saíram da cadeia.

As investigações do caso da vereadora assassinada, Marielle Franco, não chegaram aos culpados, não há pistas dos executores. E, conforme o tempo vai passando, a dúvida de que se descobrirão os responsáveis aumenta. Será feita justiça?

Por que este país é assim? Por que a regra vale para os miseráveis e não vale para poucos? Quando estudava no ensino médio aprendi o termo “belíndia”. Uma comparação das condições econômicas e sociais do país que compara com a Bélgica pela sua riqueza e pela Índia por causa de sua pobreza.

Hoje, a comparação com a Índia também vale pela clássica sociedade de castas. Da desigualdade de tratamento perante o Estado. Abusa-se por que se sabe impune. Para os privilegiados não há limite. A justiça falha ou seleciona os que sentirão o peso da lei.

O poder que preserva a Constituição já se mostra deteriorado. Os atos do Supremo Tribunal Federal (STF) demonstram a crise no Judiciário marcada pela fragilidade e obscuridade da mais alta corte do país. Há magistrados sob suspeita.

Mas o que assistimos é apenas a demonstração dos atos de uma longa história, que agora, vista em detalhes e acompanhada nos noticiários, nos dá a dimensão de nossas desigualdades.

Diante da verdade, que dói, está o começo da solução. Agir para mudar. Toda a mudança deve começar com a consciência do tamanho do nosso problema. O Brasil se apresenta em toda a sua dimensão. Saber com o que estamos lidando ajuda a mudar a forma de entender e agir. O que não podemos é ignorar e nem desistir.

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