Comentário
Gilson Aguiar comenta a falta de conhecimento sobre a reforma política
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 24/08/2017 - 09:09Estamos falando da Reforma Política. Mas até onde sabemos o que se deve reformar? A grande maioria dos brasileiros está afastada das informações necessárias para opinar. Se fala, a maioria se sustenta nos hábitos e não nos fatos.
O povo expressa que os políticos não prestam, os partidos são inconfiáveis, que todo o político é ladrão e malandro. E a grande maioria está à espera de um salvador da pátria. Por isso, voto no seu “santinho” no dia das eleições.
O seu santinho candidato lhe faz pequenos milagres em forma de favores quase que domésticos, umbilicais. As promessas dos candidatos aos parlamentos são sempre em tom de execução. Na prática deveriam propor e fiscalizar, eles não executam nada. Mas a crença na ação, no fazer porque se pode, seduz a mente limitada do eleitor.
Logo, as teses que se defende na reforma política são vagas. Não se sabe o que será e como a mudança irá gerar efeito e que efeito vai gerar. Para a grande maioria é uma incógnita. Um campo nebuloso que interessa a poucos e poucos se interessam.
Porém, o que realmente deve mudar? Eu sou mais propenso a mudança dos hábitos. O que sustenta o poder não são as regras, são as relações. Relações não mudam se mudarmos as regras. A população as desconhece. Se age pela prática dos que se busca com a relação e não das normas que “deveriam” lhe orientar.
Quem sai com uma panela não mão a procura de enchê-la não está preocupado com a fome no país. Não é automático ser parte do problema e ter consciência dele. A grande maioria dos brasileiros passa longe de uma visão mais ampla dos males que lhes afeta.
Logo, se queremos mudança, temos que fazer as pessoas sentirem e se preocuparem com a proporção do problema. Aí o romantismo da retórica tropeça na realidade concreta. O desafio maior da informação, a qualificação ao eleitor. Mudar seus hábitos. E isto é uma jornada longa de lutas, uma insistência. Não será um milagre de um ato normativo. Leis não fazem pessoas, pessoas fazem as leis.
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