CBN Maringá

Educação vem de berço?

Educação vem de berço! Esta frase é usada constantemente para a crítica ao comportamento de pessoas consideradas agressivas, ofensivas e com comportamento suspeito.

Fala-se da família como uma guardiã dos valores morais e exemplo de conduta ética. Aquele que é educado em “bom-berço” tem um comportamento a altura do ambiente que lhe formou.

A questão é, “será”?

O bom comportamento que tem raízes na criação familiar tem seu peso. Por mais que as famílias na atualidade tenham perdido o tempo de convivência com seus membros. Observe, passamos cada vez menos em convivência familiar. O que não significa não estar debaixo do mesmo teto.

Desconhecidos sob o mesmo teto.

Porém, os membros da família nos são mais desconhecidos do que seres de intimidade profunda.

Quando falo de conhecimento entre os membros familiares não estou falando de saber os detalhes superficiais da convivência ou aquelas conversas regadas ao discurso moral e que consideramos serem educativas.

Quando falo de conhecer as pessoas a nossa volta é ter tempo de observar o comportamento e o que ele cultua. Observar as pessoas agindo e entender o propósito da ação.

Conhecer é se relacionar.

Ao convivermos com as pessoas por um determinado tempo vamos amadurecendo nosso conceito sobre ela ao observarmos suas argumentações e ações. Até que ponto o que retórica defende se traduz em ato.

E, podem ter certeza, é na relação entre ação e argumento que repousa a melhor educação.

Logo, se educação vem de berço, é nesta forma como o ambiente familiar se traduz é que vamos construindo o sentido do que são as pessoas à nossa volta.

Não por acaso, muitas famílias acabam tendo que conviver hoje com o mal que criaram. Vivem as dores dos seres que ajudaram a constituir. Perdem o controle pelo descontrole que produziram e que se traduz na figura de seus filhos, seus herdeiros.

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