Entre o superficial e o profundo
Imagem ilustrativa/Pixabay/domínio público

Opinião

Entre o superficial e o profundo

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 04/07/2019 - 08:59

Há uma diferença entre o superficial e o profundo. Aquilo que é efêmero e o que é duradouro. Quando queremos um não podemos esperar o outro. Muitas de nossas relações são momentâneas. Não há compromisso ou expectativa de que vá durar. Temos, no entanto, outras ações que pretendemos construir relações sólidas, resultados que permaneçam ao longo do tempo.

Natural qualquer ser humano ter ações com estes dois interesses. Ter consciência do ato e seus resultados. Isto demonstra maturidade. Mas a confusão destas intenções é preocupante. Coloca em xeque a competência dos atos e o próprio futuro. A vida de um ser humano merece mais do que as ações sem propósito, a falta de consciência das consequências do que praticamos.

Na atualidade, a superficialidade ganha ares de profundo. Envolve nossos interesses e ganha prestígio no dia a dia. Como há debates de temas temporários. Discutimos com vigor e intensidade emocional o que não leva a lugar algum. Enquanto isso a nossa vida navega sem leme.

A condução do destino fica incerta na filosofia burra de “deixar a vida me levar”. Não por acaso o tema virou pagode e simboliza o destino de jogador de futebol. Lembrando a importância do gênero musical e do esportista. Mas todo o desprezo a lógica da vida levada sem propósito.

Temos que aprender a conduzir a vida para algum lugar. Saber chegar em destinos mais longos, grandes conquistas e romper com a superficialidade. Amarmos o futuro não é desprezar o presente e sim lhe dar um significado maior. Agir hoje para saber que se planta e colhe. Amar é plantar na proporção do que se pretende colher. Ter paciência para fazer da vida uma obra com traços definidos. A eterna busca de “um quase perfeito”. A perfeição não se alcança, mas a busca nos faz melhor.

O rabisco dos dias que constrói uma vida que nada traduz não merece a atenção de quem aprecia a arte de viver. O que fica de nós é a lembrança da ação coordenada na marca registrada do que fomos. Parte considerável de nós serão a expressão de um emaranhado de atos sem lógica e coerência. Não trarão na memória o sentido necessário de ser modelo ou reflexão para vida. Por isso, alguns estão condenados ao esquecimento e estão nesta vida exclusivamente de passagem.

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