Opinião
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De onde vem nossa imperfeição?
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 13/01/2025 - 15:00
Entre o bem e o mal.
O ser humano é bom por natureza? Existe algo, que independente do meio, faz do ser humano alguém previsível, seja para o bem ou para o mal? Enfim, estamos condenados a certas práticas e não podemos fugir dela porque está em nossa natureza?
Muitos seres humanos são rotulados de “ruins” porque se considera que a natureza os fez assim. Há quem defenda uma genética do mal. Por exemplo, estudos buscam comprovar que mais da metade de nosso comportamento é determinado por uma herança genética.
Se somos extrovertidos ou não, se somos agressivos, temos uma tendência suicida, nossa sexualidade, nossa capacidade mental, enfim, há muito de nós na predestinação do que se convencionou chamar, “de pais para filhos”. Mas, isso nos condena a ser o que a genética determina?
E o meio social, ele conta?
Do outro lado há quem considere que o meio molda os seres humanos. Há uma sociedade que pode fazer do ser humano bom ou ruim. Enfim, é a sociedade quem molda o indivíduo? Somos condicionados pelo meio e respondemos a ele conforme somos estimulados para o bem ou o mal.
Se queremos uma sociedade que seja benéfica para todos, se não para a maioria, temos que cultivar o bem e fazer de nossas práticas uma forma de educar as pessoas a terem um comportamento adequado a aquilo que se espera, o bem.
Porém, independente de qual é sua tendência de concordar com a herança genética ou o meio social, considero que a imperfeição é condição fundamental para se entender o ser humano. Ele, este ser do qual fazemos parte da espécie, nunca será o ideal projetado.
Deveríamos ter claro que a condição de ser humano é marcada por contradições entre o que buscamos e o que realmente temos como condição. Tenho uma vontade imensa de afirmar que parte considerável do que consideramos como realidade são distorções. O mundo não é o que consideramos que é.
Talvez, a imperfeição é uma certeza.
Somos contaminados constantemente pelo pensamento perturbador de nossa busca de compreender quem somos.
Não há nada mais fantasioso do que esta afirmação que sempre está por detrás da vida feliz, conhece-te a ti mesmo. Será que isso é possível de forma plena. Somos, na prática, uma interpretação nossa diante do mundo que também nos interpreta.
Logo, se somos bons ou ruins, há uma variável imensa para se discordar, contrariar ou considerar. Então, o melhor a se fazer é considerar as inúmeras formas de compreender a realidade. Saber que não estamos certos sempre e que os outros, aqueles que erram, tem seus motivos.
Assim é mais fácil de viver e conviver entre o “bem” e o “mal”.
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