imagem ilustrativa/foto: Agência Brasil

O Irã é o segundo principal destino das exportações de Maringá. Segundo dados da Secretaria da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Ministério da Economia, o país é responsável por 12% de todas as exportações do município

Neste momento, o país persa está conflito com os Estados Unidos. A tensão é motivada pela morte do general iraniano Qasem Soleimani em um ataque aéreo dos EUA, no último dia 3. Diante disso, o questionamento surge: será que o conflito pode afetar as exportações de Maringá para o Irã?

Antes de responder à pergunta, é preciso entender que os principais produtos exportados para o país são commodities. De janeiro a novembro de 2019, conforme revelam os últimos dados divulgados pelo Ministério da Economia, o Irã comprou 180 milhões de dólares em milho e 41 milhões de dólares em soja.

Além disso, adquiriu outros produtos em menor escala, como preparações e artigos farmacêuticos ($ 86.611), instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária ($ 14.605), pentóxido de difosfóro; ácido fosfórico; ácidos polifosfóricos ($ 8.755), entre outros.

O economista Daniel Santos afirma que a balança comercial de Maringá pode ficar sensibilizada com o atual conflito entre os países.

“O Irã tem um percentual importante nas exportações de Maringá, isso é um fato relevante. Maringá é muito forte na produção de milho e soja em grãos e a princípio um conflito naquela região realmente pode adicionar um fator complicador, mesmo os contratos de compra já estando feitos, existe a demanda de entrega. Por mais que sejam commodities, que são alimentos que não deixam de ser consumidos mesmo estando em um momento de conflito, adiciona-se um fator complicador, portanto estamos expostos a isso”, explica.

De janeiro a novembro de 2019, o Irã comprou 225,3 milhões de dólares de produtos com origem maringaense, bem mais do que no ano anterior, já que a variação foi de 841,3%.

O país só fica atrás da China, que é responsável por 47% das exportações de Maringá. Já os Estados Unidos, envolvido no atual conflito com Irã, tem participação bem menor na compra de produtos maringaenses: 0,79%, o que equivale a15,06 milhões de dólares entre janeiro e novembro de 2019.

Os EUA compram principalmente o mel, partes e acessórios de veículos, adubos, entre outros produtos. O percentual de importação é maior: 5,7%. Maringá trouxe dos EUA entre o mesmo período 14,91 milhões de dólares em produtos, o que representa 197% a mais do que no ano anterior.

"Os EUA são gigantes na exportação de commodities. Então o que vai influenciar para Maringá seria a importação. Em caso de guerra, ocorre a mudança da taxa de câmbio. Normalmente, em situação de guerra, o que se espera é que o dólar se eleve. Isso implica nos custos da importação e consequentemente nas exportações que são baseadas pelo dólar", explica o economista Daniel Santos.

Por Nailena Faian / Portal GMC Online