Coronavírus: incertezas em meio a crise
Imagem ilustrativa/Pixabay/domínio público

Opinião

Coronavírus: incertezas em meio a crise

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 27/03/2020 - 07:45

Não se pode negar que o que estamos vivendo está e irá nos afetar. O preço exato dessa conta só virá depois de alguns anos. Lá à frente. Quando o vírus perder força, a “poeira baixar” como dizem e as nossas vidas retomarem um cotidiano com alterações resultantes destes tempos. 

Muito difícil ter uma precisão agora. Saber exatamente o que está acontecendo e quais as reais condições de risco que estamos vivendo. Tudo é novo e nos deixa inseguros, o que é natural. Não temos dados precisos. Se tivéssemos todos as variáveis sob controle nenhuma decisão seria arriscada. A condição agora é de quem caminha com pouca luz. E se existe alguma está focada em nossos olhos, dificultando a visão. 

Sabemos que haverá consequências. Quais seriam menos impactantes? O quanto estamos dispostos a suportar? E ter racionalidade agora é para poucos. Não se pode querer frieza em um ambiente de incerteza. Ainda mais para uma sociedade que não viveu  esta experiência com tamanha intensidade. 

O dilema principal é sobre o preço a vista ou a prazo da contaminação pelo coronavírus. Qual o número de pessoas que irão perder suas vidas é a principal questão. A capacidade do sistema de saúde vai ser capaz de absorver a demanda de atendimento diante da pandemia?

Quantas empresas vão fechar e quanto perderão seu emprego? O Estado terá capacidade de suportar as perdas? A falência do poder público diante da queda da arrecadação com a retração econômica pode demorar quanto tempo para ser superada?

Contudo, quanto vale uma vida? Esta pergunta tem inúmeras variáveis. Devemos sempre lutar para preservar a todos, independente de quem, quantos e como? Se pegarmos o viés econômico, temos uma imensidão de pessoas com baixa qualificação e produtividade. Elas vivem uma incerteza em tempos de economia estável e agora são os que mais devem sentir o peso da crise econômica que se desenha. Quanto vale a vida destas pessoas?

Por isso, defendo que temos que manter a vida. Vivos temos a possibilidade de mudar a trajetória das coisas. E se teremos que enfrentar as mortes, sejam quantas forem, elas não podem ter sido em vão.

 

Respeitamos sua privacidade

Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Conheça nossa Política de Privacidade