O celular de Jadson Gabriel dos Santos Machado, de 25 anos, que foi espancado em Maringá, levou a Polícia Civil a dois homens suspeitos de terem cometido o crime brutal. Os dois rapazes, um de 21 e outro de 24 anos, foram presos na madrugada desta quinta-feira (14), em Sarandi. No local, uma chácara, acontecia uma festa, segundo a Polícia Civil. O rastreador do aparelho que foi roubado ajudou os investigadores a chegarem no local.
Os dois rapazes presos estavam em posse do celular roubado do jovem e de uma arma. A Polícia Civil ainda investiga se os rapazes são autores do crime ou se são receptadores. Jadson Gabriel dos Santos Machado foi brutalmente espancado na madrugada de sábado (9), e encontrado dentro de um barracão abandonado próximo à rotatória do Shopping Catuaí, na BR-376.
A vítima está internada no Hospital Universitário de Maringá (HU) em estado grave. Segundo a família, Machado teve o rosto desfigurado, sofreu uma fratura no crânio e uma no tórax e teve os dentes arrancados.
De acordo com o delegado que investiga o caso, Adão Rodrigues, os dois suspeitos foram ouvidos e uma perícia no telefone será feita ainda esta semana.
Jadson Gabriel dos Santos Machado é estudante de Letras na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Amigos e familiares criaram uma vaquinha para arrecadar recursos e custear o tratamento de saúde dele. Clique aqui e acesse a vaquinha.
O departamento de Letras da UEM emitiu uma nota de repúdio à violência que Jadson sofreu. A UEM se posiciona na nota que acredita em crime de ódio e aguarda as investigações.
Jadson pode ter sido vítima de LGBTIfobia, diz AMLGBT
Alguns amigos e conhecidos do jovem acreditam que ele possa ter sido vítima de LGBTIfobia, que consiste em praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito em razão de orientação sexual ou identidade de gênero contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas trans e intersex.
A presidente da Associação Maringaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AMLGBT), Margot Jung, disse que a entidade quer que a Polícia Civil também apure se houve o crime de LGBTIfobia.
O delegado Adão Rodrigues informou que no momento o foco da investigação é descobrir quem são os verdadeiros autores, mas que todos os tipos de crime, inclusive de ódio, serão apurados ao longo do inquérito.
A família quer que a justiça seja feita. A cunhada da vítima, Eidiane Furtado de Oliveira, disse que no momento a família não consegue entender qual tipo de crime pode ter ocorrido no local.