Os vagões estão em uma área em frente ao local em que foram levantados vários prédios de um projeto de moradia popular do Governo Federal, que estavam abandonados. As unidades habitacionais foram ocupadas em janeiro por mais de 100 famílias ligadas à Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade. A gravação mostra a água parada dentro dos vagões e alerta que casos de dengue têm sido registrados na região. O coordenador geral da Ocupação Dom Elder Câmara, Carlos Alexandre Ferreira, diz que muitas pessoas que vivem ali têm apresentado sintomas de dengue.[ouça o áudio acima]
Segundo a Prefeitura de Paiçandu, há 23 casos confirmados de dengue no município. O coordenador da ocupação afirma que os moradores têm procurado serviços de saúde em municípios vizinhos para buscar atendimento e fazer os testes para dengue.[ouça o áudio acima]
Por meio da assessoria de imprensa, a administração municipal de Paiçandu afirmou que desde 2021, a gestão cobra a retirada dos vagões e que há alguns meses foram retirados em torno de 50% deles. Como a empresa responsável não retornou para fazer a retirada do restante, o município está tomando as medidas judiciais cabíveis contra a Rumo Logística para que sejam retirados os vagões que ainda continuam no local. Quanto aos focos de dengue, a prefeitura diz que a vigilância ambiental está fazendo o acompanhamento semanalmente e que realizará a perfuração dos locais de acúmulo de água para escoamento como uma medida preventiva até que se faça a retirada integral dos vagões. A assessoria nega que haja uma orientação do município para que moradores da Ocupação Dom Elder Câmara não recebam atendimento nas unidades de saúde de Paiçandu.
Nós entramos em contato com a Rumo Logística, que tem a concessão da linha férrea, mas ainda não tivemos um posicionamento sobre o assunto.
(atualização às 17h45): A empresa Rumo se manifestou por meio de nota sobre o assunto. Leia na íntegra:
A concessionária informa que está atuando para dar a correta destinação aos vagões localizados no pátio de Paiçandu (PR) que tiveram propriedade transferida da União para a Rumo Malha Sul. O processo foi estabelecido por meio da extinção do Contrato de Arrendamento nº 005/97, em junho de 2022. Conforme o processo, foi possível realizar a remoção de 23 vagões da localidade no ano passado. Para 2023, serão removidos outros 22, atendendo ao mesmo critério. Todo material metálico dos vagões será reutilizado para a produção de novos materiais de aço (utilizados na construção civil e automotiva). Vale ressaltar que constam na localidade outros três vagões de propriedade da União ou terceiros, que dependem de tratativas com outras instituições para a devida destinação.