O delegado de Polícia Federal Ronaldo Carrer, a primeira testemunha no julgamento dos réus envolvidos na morte do auditor fiscal José Antônio Sevilha, falou por mais de 15 horas. A reportagem leva em conta o início do depoimento dele, na tarde de terça-feira (20), até por volta das 19h dessa quarta-feira (21). Ele foi um dos delegados responsáveis pela investigação do homicídio, em setembro de 2005. Carrer é a primeira testemunha de acusação.
Na tarde dessa terça-feira, segundo dia de julgamento, ele foi questionado pelo Ministério Público Federal e pela defesa dos réus. A CBN acompanhou parte das perguntas. Um dos advogados dos réus quis saber o envolvimento de algumas pessoas que tinham sido investigadas pela Polícia Federal. O defensor também buscou apresentar algumas possíveis falhas no trabalho da PF.
Até o início da noite, apenas um dos advogados havia feito questionamentos. Outros dois ainda iriam se manifestar.
Este é o primeiro juri popular realizado pela Justiça Federal em Maringá desde sua instalação há 26 anos. O auditor José Antônio Sevilha foi assassinado a tiros em 2005. Ele tinha 45 anos.
Estão sendo julgados três dos cinco indiciados: o empresário Marcos Gottlieb, proprietário da Gemini e apontado como mandante do crime; Fernando Ranea, que seria o executor; e Moacyr Macêdo, que teria aproximado os dois. Outros dois homens foram indiciados, porém um nunca foi localizado e outro morreu durante cumprimento de pena pelo crime de sequestro. Os réus são acusados pelo crime de homicídio qualificado, e a pena varia de 12 a 30 anos de reclusão. O empresário Marcos Gottlieb está preso preventivamente desde maio deste ano.
Sevilha investigava a empresa Gemini, uma importadora de brinquedos, que tinha dívidas milionárias com a Receita Federal.
As defesas dizem que os réus são inocentes.
Pela investigação da PF, o crime foi planejado com antecedência. No dia do homicídio, Sevilha deixava a casa da mãe quando parou o carro por conta de um pneu que teria sido furado por um dos réus. Na sequência ele foi assassinado a tiros.
15 pessoas tinham sido chamadas para testemunhar no Julgamento. Mas por motivos diversos, quatro foram liberadas. Do total que ainda resta, são stestemunhas de acusação e quatro de defesa.
Na terça-feira (20), primeiro dia de julgamento, o delegado foi questionado pelo juiz e pelo Ministério Público Federal. A sessão foi até de madrugada. O trabalho voltou quarta-feira, ao meio dia, com os questionamentos do MPF.
A previsão é que o julgamento chegue até domingo (25).