Polícia Científica de Maringá não faz mais confronto balístico
O confronto balístico é o exame que determina se um projétil foi ou não disparado por determinada arma. Foto: Thayná Peres

Investigação

Polícia Científica de Maringá não faz mais confronto balístico

Segurança por Luciana Peña em 07/02/2020 - 11:48

Os exames são enviados a Curitiba. A centralização dos exames na capital está em vigor desde janeiro deste ano para atender a lei federal conhecida como pacote anticrime. É que agora a custódia das armas é responsabilidade dos órgãos periciais, ou seja, da Polícia Científica. Antes, as armas apreendidas em cenas de crime ficavam  guardadas em salas de Fóruns estaduais sob responsabilidade do Tribunal de Justiça. A lei anticrime cria um banco balístico nacional. Em teoria, a proposta é boa, mas na prática, com a centralização dos exames de confronto balístico em Curitiba, haverá prejuízo na investigação de crimes. A Polícia Científica de Maringá realizava até 300 exames deste tipo por ano. Um laudo ficava pronto em até três dias, ainda mais depois que o Conseg, Conselho Comunitário de Segurança, doou um tanque balístico para os testes. Agora os exames devem demorar muito mais, afinal, a Polícia Científica em Curitiba terá que atender todo o estado. 

O problema é que existe uma política de centralização dos serviços na capital. A gente  está percebendo isso ao acompanhar a investigação do assassinato da bailarina Magó. Um exame requisitado pela delegacia de homicídios foi a extração de dados do celular da vítima. 

Até 2018 Maringá tinha o “celebrite” equipamento usado para obter estas informações. Mas a Polícia Científica daqui precisou enviar o equipamento a Curitiba. A delegacia de homicídios conseguiu o equipamento em Londrina, mas ao que parece o Instituto de Criminalística de lá também terá que entregá-lo à Polícia Científica de Curitiba. A CBN apurou que na Polícia Científica daqui há também outro problema: a escassez de servidores. Além da equipe já ser pequena, três servidores estão para se aposentar e não há perspectiva de contratação. Hoje a criminalística em Maringá pericia materiais diversos, armas brancas e locais de morte. A CBN entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública e aguarda um retorno. 

Sobre o caso Magó, a polícia já ouviu mais de 50 pessoas e aguarda a chegada dos exames genéticos. O delegado responsável pelo caso pediu prioridade, mas o prazo é de 30 dias, de acordo com investigadores. Lembrando que este exame é também realizado em Curitiba, que atende demanda de todo o estado. 

E no próximo dia 13, os peritos de Maringá serão homenageados na sessão da Câmara Municipal. É que se comemora 35 anos do Instituto de Criminalística em Maringá. Um bom momento para a sociedade refletir sobre que Polícia Científica ela quer para os próximos 35 anos.

 

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