Dando continuidade ao projeto “Linha do Tempo”, iniciativa do Grupo Maringá de Comunicação (GMC) para celebrar os 75 anos da Cidade Canção, o quinto episódio do podcast “Linha do Tempo” fez um passeio pela trajetória da Catedral de Maringá, um dos monumentos mais lembrados da cidade, para relembrar a história da construção que neste mês completou 50 anos.
Para participar da conversa, a jornalista Brenda Caramaschi recebeu verdadeiros especialistas quando o assunto é a catedral maringaense. Participaram do episódio Rogério Recco, jornalista, pesquisador e co-autor de um livro sobre a história da Catedral de Maringá; Everton Barbosa, jornalista, assessor da Arquidiocese de Maringá e também co-autor da obra; e Nei Vecchi, arquiteto e um dos criadores do projeto do primeiro projeto da praça da catedral.
Durante o episódio, os convidados contaram histórias que precederam a criação do monumento e citaram nomes dos principais personagens deste marco no desenvolvimento de Maringá.
Um dos protagonistas icônicos que têm a história diretamente relacionada com o surgimento da catedral é Dom Jaime Luiz Coelho. “Dom Jaime mudou tudo, liderou o desenvolvimento dessa cidade, não apenas como líder religioso, mas também como líder civil, político. Ele chegou em 1957, vindo de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e viu Maringá no futuro, mas as pessoas não acompanhavam muito o pensamento dele. Ele mandava no governo do Estado, na prefeitura… ele determinava o que achava correto e foi assim que ele traçou o rumo dessa cidade. Hoje a autoridade dele talvez não seria a mesma, a sociedade não aceitaria aquele poder de decisão religioso, mas foi o homem certo para o tempo certo e hoje colhemos os benefícios que Dom Jaime provocou nesta cidade”, comentou o jornalista Everton Barbosa.
Conforme ressaltou o pesquisador Rogério Recco, Dom Jaime foi um dos principais responsáveis por imaginar um símbolo religioso grandioso para Maringá e se envolver na construção para que o projeto saísse do papel. “Dom Jaime, com sua visão futurista, imaginou a catedral numa época em que Maringá não tinha asfalto, saneamento, era a cidade do faroeste, da poeira… Ninguém podia imaginar a construção de um templo monumental como foi imaginado por Dom Jaime e que foi idealizado a partir da imagem de um foguete espacial. Ele também teve a sorte de contar com o arquiteto José Augusto Bellucci, um homem genial que acabou depois projetando a catedral como ela é hoje”, citou.
Ponto fortemente destacado, a imaginação de Dom Jaime contribuiu grandemente para que a catedral virasse uma peça monumental no centro de Maringá. Contudo, toda a grandiosidade dessa construção também trouxe problemas. “Uma grande angústia do Dom Jaime foi alavancar a construção da catedral e dar andamento à obra. Não foi fácil. Ele teve um desgaste com o João Paulino [Vieira Filho, então prefeito de Maringá] porque ele cortou todo o apoio municipal para a obra. Em contrapartida, foi o período em que Dom Jaime apoiou o Ney Braga para o Governo do Estado e ele acabou compensando essa falta de apoio no município ajudando com recursos estaduais para a obra. Foram 13 anos de obra e, no fim dos anos 1960, [Dom Jaime] decidiu concluir porque a obra já estava caindo em descrédito”, detalhou Recco.
“Além da dificuldade em se construir aquilo. Imagine você, nos anos 1970, construir um monumento de 124 metros de altura, com a madeira rudimentar que tinha a construção civil. Eu era pequeno ainda, frequentava a igreja de madeira, e a gente ficava na porta lateral, aos domingos, olhando quantos eucaliptos eles colocavam para fazer os andaimes e suportar a estrutura da igreja. [ José Augusto] Bellucci, o arquiteto, foi ousado. Aquele projeto é de 1958. Bellucci foi contratado para fazer a catedral porque ele era o arquiteto da companhia. O Hotel Bandeirantes é projeto dele, o Clube Hípico, o Maringá Clube, a Prefeitura de Maringá”, acrescentou Nei Vecchi.
Ao longo do bate-papo, os convidados ainda relembraram como foi a inauguração da Catedral de Maringá, entregue em 10 de maio de 1972, dia do aniversário da cidade.
O episódio do podcast Linha do Tempo que trata sobre a catedral maringaense é o quinto capítulo da caminhada pela história da cidade. No primeiro episódio foi possível acompanhar a trajetória da Universidade Estadual de Maringá (UEM). No segundo, o podcast relembrou a história da comunicação em Maringá e, no terceiro, o desenvolvimento do comércio maringaense esteve em pauta. No quarto encontro, os convidados falaram sobre a arborização de Maringá e a história do Parque do Ingá.
Sobre o podcast
O podcast “Linha do Tempo” é um dos produtos criados para celebrar a história de Maringá enquanto o município comemora 75 anos de existência. Durante todo o mês de maio e junho, o Grupo Maringá de Comunicação vai relembrar antigas memórias e lançar um olhar sobre o presente e o futuro da Cidade Canção em um projeto que abrange diferentes mídias e formatos.
O podcast, que fará um mergulho na história de Maringá por diferentes ângulos ao longo de 10 episódios, pode ser assistido no canal do Youtube do Portal GMC Online e da Maringá FM ou ouvido nas principais plataformas de streaming, como Deezer e Spotify.
Além disso, o projeto Linha do Tempo também contempla um passeio físico, no coração de Maringá. 75 banners com fotos antigas de fatos que marcaram a história maringaense foram espalhados pelo Parque do Ingá, um dos maiores símbolos do município. Além de contemplar as fotos, os visitantes podem tornar a viagem ao passado ainda mais imersiva, mergulhando em reportagens especiais do Portal GMC Online. Basta apontar o celular para o QR Code estampado no banner para ser direcionado a uma página com as matérias alusivas ao aniversário de Maringá.
A Linha do Tempo – Maringá 75 anos tem apoio cultural de Prefeitura de Maringá; Copel – Governo do Paraná; Usina Santa Terezinha e Grupo Maringá de Comunicação.
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