O comércio de Maringá foi fundamental para que a cidade conseguisse se desenvolver e atraísse novos moradores para uma região do Paraná até então pouco explorada. O terceiro episódio do podcast “Linha do Tempo”, projeto do Grupo Maringá de Comunicação (GMC) para celebrar os 75 anos de Maringá, reuniu convidados para explicar o desenvolvimento e a importância do comércio para a região e relembrar algumas empresas que marcaram a história do município.
O projeto “Linha do Tempo” foi desenvolvido para celebrar os 75 anos da Cidade Canção, comemorado neste mês. No primeiro episódio do podcast foi possível acompanhar a trajetória da Universidade Estadual de Maringá (UEM). No segundo episódio, o podcast relembrou a história da comunicação em Maringá.
Continuando o passeio pela história de Maringá, a jornalista Brenda Caramaschi conversou com o jornalista e pesquisador Rogério Recco, que destacou que o comércio maringaense precedeu a criação do município. “Maringá começou como uma casa comercial. A Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, em 1942, decidiu fazer o avanço à região oeste do estado, porque a companhia havia adquirido vastas glebas de terra no norte e noroeste do Paraná, e depois de Londrina, as atenções já se voltavam para a criação de um polo em Maringá. Em 1942, prefeitos e outras autoridades se deslocaram para cá para lançar a pedra fundamental de Maringá. [No mesmo ano], foi construído um pequeno hotel, que hoje fica na Avenida Brasil, para receber trabalhadores e, logo depois, com a venda dos terrenos, essa região se encheu de casas e construções, muitas delas comerciais”, explicou Recco.
Segundo ele, apesar de ser um espaço ainda sem infraestrutura, onde as terras eram utilizadas para o plantio e não havia qualquer organização de sociedade, a região que viria a se tornar Maringá chamava muito a atenção de moradores de municípios vizinhos. De acordo com ele, as terras eram muito baratas e de fácil aquisição, tanto em áreas rurais quanto em áreas urbanas. “Houve um surto muito rápido de venda de terras e muita gente que vinha para cá eram produtores pobres, que chegavam aqui e faziam casinhas de eucalipto no meio do mato, e aí entra um outro detalhe do comércio: esses comerciantes, donos dessas casas de ferragens, secos e molhados, por alguns anos financiaram esses produtores. [Essas pessoas] compravam nas cadernetas e pagavam na colheita. O comércio inicial de Maringá foi importantíssimo, também, para dar sustentação a esses produtores que vieram para cá quase sem recurso nenhum para fazer a vida”, considerou.
Entre os primeiros estabelecimentos comerciais de Maringá estava a “Casa Paratodos”, uma loja de “secos e molhados”, como eram chamados na época os armazéns onde eram vendidos diversos tipos de produtos, de alimentos a combustíveis.
Claudio Pietrobon, neto do fundador da Casas Paratodos, relembrou que o avô, que já era um comerciante, conheceu o norte do Paraná e percebeu a necessidade de diversas pessoas que estavam se mudando para cá em ter acesso a produtos básicos. “Ele constituiu as Casas Paratodos com três filiais: a matriz em Cambé, uma em Jaguapitã e uma em Maringá. Em 1955, nos mudamos todos [para Maringá] e eu cresci ali [no meio das Casas Paratodos]. O que eu me lembro bem da loja é o cheiro dos grãos, o cheiro do café, o cheiro do bacalhau que era vendido em postas… Vendia-se ferragens, serras para cortar madeira, parafusos, roupas”, relembrou Pietrobon.
Sobre o podcast
O podcast “Linha do Tempo” é um dos produtos criados para celebrar a história de Maringá enquanto o município comemora 75 anos de existência. Durante todo o mês de maio e junho, o Grupo Maringá de Comunicação vai relembrar antigas memórias e lançar um olhar sobre o presente e o futuro da Cidade Canção em um projeto que abrange diferentes mídias e formatos.
O podcast, que fará um mergulho na história de Maringá por diferentes ângulos ao longo de 10 episódios, pode ser assistido no canal do Youtube do Portal GMC Online e da Maringá FM ou ouvido nas principais plataformas de streaming, como Deezer e Spotify.
Além disso, o projeto Linha do Tempo também contempla um passeio físico, no coração de Maringá. 75 banners com fotos antigas de fatos que marcaram a história maringaense foram espalhados pelo Parque do Ingá, um dos maiores símbolos do município. Além de contemplar as fotos, os visitantes podem tornar a viagem ao passado ainda mais imersiva, mergulhando em reportagens especiais do Portal GMC Online. Basta apontar o celular para o QR Code estampado no banner para ser direcionado a uma página com as matérias alusivas ao aniversário de Maringá.
'A Linha do Tempo - Maringá 75 anos" tem apoio cultural de Prefeitura de Maringá; Copel - Governo do Paraná; Usina Santa Terezinha e Grupo Maringá de Comunicação.
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