A pesquisa começou em junho e vai analisar 12 crânios que foram encontrados em sambaquis do litoral do Paraná e estão no Museu Paranaense.
Sambaquis são sítios arqueológicos compostos de areia, terra e conchas.
O estudo está sendo realizado por pesquisadores do Laboratório de Estudos Paleoambientais da Fecilcam Unespar, em Campo Mourão.
Estão à frente da pesquisa o professor do departamento de geografia da Unespar, Mauro Parolin e a arqueóloga do Museu Paranaense, Claudia Parellada. Dois dentistas dão apoio às pesquisas. Eles ajudam a remover o tártaro encontrado nos crânios.
O tártaro, diz o professor Mauro, leva milhares de anos para se decompor, por isso ainda é encontrado nestes crânios de dois mil anos. E é do tártaro que os pesquisadores retiram a sílica vegetal, ou fitólito, que revela o que aquele ser vivo comeu. [ouça o áudio]
Existem pouquíssimos estudiosos de fitólitos no mundo. E o professor Mauro, de Campo Mourão, é um deles.
Um dos crânios já analisados trouxe informações interessantes, como a presença de butiá na dieta dos povos que viveram no litoral. [ouça o áudio]
Outro dado interessante, e que intriga os pesquisadores, é a presença de cajá no tártaro analisado. [ouça o áudio]
Os pesquisadores também esperam com o estudo estabelecer ligações entre povos originários do continente e técnicas de preparo de alimentos. [ouça o áudio]
O laboratório da Unespar, fundado em 2008, é referência no estudo de fitólitos.