
Opinião
Opinião
Nos últimos tempos, uma questão tem ganhado destaque em discussões e reflexões: o aparente enfraquecimento da ética, especialmente entre os jovens. A percepção de que as novas gerações demonstram uma menor adesão a valores éticos nos leva a uma análise mais profunda sobre a natureza da ética e os fatores que podem estar contribuindo para essa tendência.
A ética, em sua essência, reside na nossa capacidade de nos relacionarmos com o outro, de considerarmos o impacto de nossas ações em indivíduos além de nós mesmos. Trata-se de uma orientação de atitude que pondera as consequências que nossos atos podem gerar na vida de outras pessoas. Nesse sentido, a ética não é um conceito isolado, mas sim uma construção que se desenvolve dentro das relações interpessoais, nas convivências cotidianas e, de maneira mais significativa, nas interações duradouras que se estendem por toda a vida.
O berço da ética é, sem dúvida, o ambiente familiar, onde os primeiros valores e princípios são internalizados. Contudo, a ética se fortalece e se expande à medida que construímos outras relações ao longo da vida, sejam elas de caráter permanente ou aquelas estabelecidas pela importância de contextos como o trabalho. Em suma, a capacidade humana de conviver e interagir com os outros é o alicerce sobre o qual a ética se constitui e se desenvolve.
Na contemporaneidade, observa-se um fenômeno preocupante: um certo isolamento dos jovens em relação ao contato humano direto e profundo. Muitas vezes, suas interações se concentram no ambiente virtual, onde a construção de interesses e a percepção do mundo tendem a ser autocentradas. Para esses jovens, a própria individualidade se torna a medida de todas as coisas.
Nesse contexto, o que se torna prioritário é o critério individual, as vontades e desejos particulares, em detrimento de valores mais elevados que transcendem o eu. A cultura atual frequentemente estimula a ideia de que o indivíduo deve sempre vir em primeiro lugar, e que o mundo deve se adaptar aos seus anseios. O foco se desloca para a realização pessoal de desejos, interesses e vontades, com as demais considerações se encaixando a partir dessa perspectiva egocêntrica. Essa visão individualista dificilmente se harmoniza com os princípios da ética.
A ética, em contrapartida, pressupõe agir em consonância com um valor maior, um princípio que envolve o respeito ao próximo. Ela se manifesta como um compromisso com algo que vai além dos nossos próprios desejos e necessidades, exigindo, por vezes, o sacrifício da nossa vontade individual em nome desse valor ou princípio superior. Infelizmente, na atualidade, para muitos, esses valores coletivos e o senso de compromisso com o outro parecem estar em declínio.
No entanto, é fundamental reconhecer que a recuperação desses valores é essencial para a construção de uma convivência justa e honesta em sociedade. A capacidade de considerar o outro, de agir com responsabilidade e de priorizar princípios éticos é o que nos permite construir relações saudáveis e uma sociedade mais equitativa.
Se você achou esta reflexão relevante, convido você a me seguir nas redes sociais @gilsoncostaaguiar e acessar meu site www.gilsonaguiar.com.br para mais conteúdos e discussões sobre temas importantes para a nossa sociedade.
Notícias da mesma editoria
Respeitamos sua privacidade
Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Conheça nossa Política de Privacidade
Editorias
Boletins
Institucional
Institucional