Ana Clara Bezerra, de 11 anos, brincava andando de bicicleta em uma rua de Mandaguaçu. Ela estava em alta velocidade quando caiu - tendo escoriações nos braços e pernas, com a possibilidade de fratura. Era quase meio-dia dessa segunda-feira, O pai da menina, o motorista desempregado Diego Bezerra, foi a uma das principais unidades básicas de saúde da cidade, a do Parque Ouro Verde. Chegando lá, não havia médicos. E servidores pediram para que ele levasse a filha a outro local, à UBS Central. Após um tempo sem médico, ele conseguiu atendimento. Foi feito o curativo na menina, e pediram para que ele viesse a Maringá, na Unidade de Pronto Atendimento Zona Sul.
Como não tinha ambulância disponível, Bezerra, a esposa e a filha vieram de Mandaguaçu à cidade no carro deles. Na UPA Zona Sul, um raio-x foi feito. E aí a médica que atendeu solicitou a ele que levasse o resultado ao Hospital Universitário. Isso aconteceu no começo da tarde.
O Mandaguaçuense divulgou vídeos e áudios pelo WhatsApp reclamando da situação da saúde na cidade. Em conversa com a CBN, o motorista disse ter se sentindo um lixo pela dificuldade de atendimento em Mandaguaçu e Maringá.
A Prefeitura de Maringá informou que no caso da UPA Zona Sul, o procedimento padrão é atender moradores da região via o CisAmusep e entender o problema. A unidade não tem ortopedista, e por isso encaminha casos complexos para o hospital referência, que é o Universitário. O município informou não ter havido solicitação de ambulância, e que a médica que atendeu a criança entendeu que não se tratava de uma situação de extrema gravidade.
No HU, Ana Clara Bezerra foi atendida durante a tarde. O braço direito foi engessado com uma tala no braço direito, e deverá ficar imobilizado por uma semana. O osso não quebrou e nem trincou.