Em outubro deste ano, o Secretário de Fazenda de Maringá, Carlos Augusto Ferreira, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a lavagem de dinheiro para o narcotráfico internacional.
Os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência do secretário.
Três carros de luxo, avaliados em R$ 2 milhões, foram apreendidos.
A apreensão repercutiu no noticiário nacional.
O secretário ficou afastado do cargo durante um mês.
Neste período, a defesa dele analisou o inquérito policial.
São nove mil páginas.
A Polícia Federal apresentou como prova uma conversa por aplicativo de mensagem entre um doleiro e um executivo de uma fintech, envolvida no esquema criminoso.
O executivo é apontado como Carlão, que segundo a Polícia Federal seria o secretário Carlos Augusto Ferreira.
É uma conversa por áudio, mas a Polícia Federal apenas divulgou a transcrição.
Os advogados do secretário requisitaram a gravação e contrataram uma perícia para analisar a voz.
O secretário diz que não é a voz dele. [ouça o áudio]
Em 40 dias, com a ajuda de uma banca de profissionais que além da perita em áudio inclui advogados especialistas em inteligência artificial, o secretário conseguiu que a Justiça determinasse a retirada do nome dele da investigação.
O Ministério Público Federal não manifestou interesse em questionar a decisão da Justiça.
Além disso, segundo o secretário, há no processo um relatório do delegado da investigação em que ele reconhece um “erro no banco de dados” da Polícia Federal. [ouça o áudio]
O secretário de Fazenda de Maringá chegou a trabalhar, por 18 dias, para a fintech investigada pela Polícia Federal.
Ele foi contratado para mediar uma cisão comercial entre os sócios da empresa.
Temporariamente, ele ocuparia o cargo de presidente da Fintech, mas os sócios desistiram da cisão e o nome de Carlos Augusto Ferreira como presidente da Fintech nunca chegou a ser registrado na Junta Comercial.
Para o secretário de Fazenda, a Polícia Federal o confundiu com o verdadeiro presidente da fintech, que também se chama Carlos. [ouça o áudio]
A CBN tenta contato com a Polícia Federal para comentar o assunto.