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Frustração educa e dizer "não" é necessário
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 15/05/2024 - 08:00
Frustração é também uma boa educação.
A frustração é um aprendizado, sempre. Temos que tomar cuidado para equilibrar este sentimento. De um lado, não frustrar pode ser a conquista de uma vitória, dar satisfação ao outro ou se satisfazer. Por outro lado, em excesso, a satisfação constante e de todas as coisas pode gerar um ser fraco e sem a capacidade de entender seus limites.
Ao mesmo tempo que buscamos a satisfação de nossos interesses é a frustração que lapida, faz a melhora, o polimento do caráter, constrói a civilidade associada ao senso de respeito a existência das outras pessoas. Vale o ditado, dê a um ser humano o excesso e encontrará um excessivo.
Nunca tema agir para limitar os excessos com os quais você pode ser vítima. Bom-senso é saber impor sobre aqueles com quem convivemos a condição desta convivência. E este limite se estabelece na prática cotidiana do convívio. As pessoas precisam sentir até a onde podem ir, ter consciência da integridade do outro e aprender a respeitar esta condição.
Nós construímos os nossos monstros.
Muitos dos excessivos com quem nos relacionamos são fruto da falta de frustração. Aqueles mais próximos, filhos por exemplo, quando são pessoas com comportamento abusivo e pouco sensíveis a condição da convivência com os outros, são obra de muito sim e pouco não.
Dentro dos ambientes os abusivos são inconvenientes, eles avançam sobre o direito dos outros e atingem aqueles que estão mais próximos com comportamentos agressivos. Não tem limites. Tem uma construção em que não aprenderam tropeçando e sim pisando no mais próximo. Quem lhes ensinou isso.
Há uma atitude de permissividade que praticamos com quem nos relacionamos e alimentamos gradativamente o abusador. Nós abrimos as portas de nossa vida para a invasão do agressor. Damos a “chave” para se instalarem e abusarem de nossa intimidade.
O “não” educa.
Logo, há que se aprender que a boa educação se faz de frustração. Dizer NÃO é saudável e necessário. Não precisa ser sempre, mas na hora certa. Há que se mostrar que o limite é condição essencial na vida de qualquer ser humano. Lembrando que não se educa por retórica e sim pela prática, pela ação.
Não há a necessidade de ser estúpido ou agressivo, apenas demonstrar que não se pode tudo e não se é a prioridade de todos.
A fragilidade das pessoas está na falta de experiências negativas e educativas na construção de uma sensibilidade nas relações sociais. Ser na convivência com a outra pessoa é entender sua separação de nossa vida. O outro ser humano não é uma extensão de nossa vontade ou existe para realizar nossos desejos.
Não tema, se for necessário, DIGA NÃO. As pessoas precisam aprender. E se você não quer o mal que venha da convivência com os outros, inicie evitando ser uma vítima dele alimentando os excessos e os excessivos.
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