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Filhos, tê-los ou não?
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 10/01/2025 - 08:00
Filhos devem ser escolhas.
Ter filhos é uma escolha, assim deve ou deveria ser. Mas, há a dimensão do que é tê-los?
Para muitos, a condição de ter é materialmente possível e emocionalmente inviável, racionalmente se define a partir destas duas tendências opostas: o ter ou não ter.
Para outros, o ter diante de uma condição econômica inviável, por mais que emocionalmente possível, também é um dilema. Quantos vivem limitações materiais e têm filhos. Sofrem, posteriormente, os dissabores da convivência com a responsabilidade paterna marcada por faltas.
Mas, entre as faltas que muitos pais e filhos têm, qual delas é a pior, a emoção ou a condição material?
Você pode me responder que deveríamos planejar os filhos, saber escolher o melhor momento para tê-los.
Os números denunciam quem são os pais.
A estatística contribui para esta questão. Relacionamentos de pessoas com mais idade e mais estudo, que resolvem ter filhos, consolidam famílias mais estáveis, com um número menor de problemas de convivência.
Um estudo do National Bureau of Economic Research (NBER) mostra que casais com o mesmo nível de formação profissional, proximidade de condição econômica, com experiência de relacionamentos anteriores e, é claro, conhecimento mútuo, tendem a ter mais sucesso nos relacionamentos.
Outro dado interessante da pesquisa é que pessoas que vêm de famílias amorosas são mais estáveis nas relações que estabelecem. Então, saber de onde se vem dá uma dimensão de quem se é.
Sempre lembrando que a regra não é geral. Mas, nos dá uma noção que a escolha por ter filhos parte de uma relação de pessoas maduras, que têm claro o que são e o que pretendem na vida.
Temos que saber escolher.
Vale sempre lembrar que filhos, cada vez mais, são uma escolha. Também, há uma tendência de que pessoas com melhor renda e mais escolaridade tendem a ter menos filhos e, quando os têm, são mais tarde.
Logo, há um grande número de pessoas que nascem em um ambiente de instabilidade. Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, que ouviu 24 mil mulheres grávidas em dois anos, aponta que 55% delas não planejaram seus filhos. Isto é um problema sério.
Podemos considerar que uma gestação indesejada é um problema gestando outro. A afirmação pode parecer cruel, mas é nela que temos que repensar a necessidade de decidir de forma lógica, racional e segura o momento de ter um filho.
As pessoas carregam de tabu o tema, fogem da discussão, mas esta reflexão é necessária. Quer queiram ou não, doe a quem doer.
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