A matriz de risco em Maringá é calculada com base na taxa de positividade e na taxa de ocupação de leitos de UTI adulto? Essa é uma das perguntas que o Observatório Social de Maringá faz à Prefeitura em novo ofício enviado ao município nessa quinta-feira (1º).
O ofício tem 13 páginas e apresenta um cálculo com base nestas taxas apresentadas em boletins epidemiológicos divulgados este ano e nos boletins diários.
Por este cálculo, entre os dias 25 de fevereiro e 15 de março, Maringá estava em risco extremo para o coronavírus, com taxas de ocupação de leitos acima de 90% e taxa de positividade acima de 71%. Mas os boletins diários informavam matriz de risco muito alto, um grau abaixo do extremo risco.
Para que o Observatório confirme os cálculos que fez é preciso que a prefeitura responda a outras perguntas que estão no ofício.
O OSM detectou dados ilegíveis nos boletins epidemiológicos, o que contraria a Lei de Acesso à Informação, porque as informações públicas precisam ser de fácil acesso.
Os boletins epidemiológicos também não trazem o percentual diário da média móvel da taxa de ocupação de leitos de UTI. O gráfico disponível dá apenas uma noção aproximada, mas de acordo com o ofício: “ Não é possível visualizar com precisão naqueles dias em que a linha do gráfico está muito próxima do limite entre dois parâmetros diferentes”.
O OSM também encontrou divergências de números entre os boletins de número 22 e 23.
No boletim número 22 a taxa de positividade estava entre 51% e 60%, de 24 de novembro a 8 de dezembro de 2020.
No boletim 23, a taxa de positividade neste mesmo período era outra: entre 61% e 70%.
A presidente do OSM, Cristiane Tomiazzi, diz que o cálculo da matriz de risco depende de dados corretos. E é a matriz de risco que vai orientar as ações de combate à pandemia. [ouça o áudio acima]
A CBN entrou em contato com a Prefeitura de Maringá e aguarda um retorno.