A pandemia do coronavírus privou o ser humano de vivenciar uma das suas principais características: a de ser sociável. Estar junto, compartilhar momentos. O isolamento social e o distanciamento físico tomaram frente nessa batalha contra o vírus.
Os boletins diários que contabilizam as mortes causadas pelo coronavírus, não detalham sobre aquilo que não se pode calcular: a dor de perder alguém, e de forma tão repentina. Se despedir para sempre de familiares, amigos ou conhecidos nunca foi encarado como algo fácil pela humanidade, e a Covid-19 extinguiu etapas necessárias para vivenciar o luto. Não há mais velórios e os enterros são rápidos, quase imediatos. E as consequências disso são sentidas por quem fica. Não há mais tempo de assimilar a morte.
A psicologia explica que para superar uma perda como a morte de um ente querido, é preciso vivenciar o período do velório, ter convicção de que a pessoa se foi. E esse momento da pandemia não permite que as pessoas, pelo menos, passem por isso.
A psicóloga Elise de Cnop explica sobre as cinco fases do luto. Segundo ela, por causa desse cenário, o luto pode vir a se transformar em algo patológico. [ouça o áudio acima]
O luto é uma experiência individual, a reação será diferente em cada pessoa. Escrever uma carta e compartilhar coisas boas sobre a pessoa que se foi, pode ser uma forma de viver um luto mais saudável. [ouça o áudio acima]