Como falamos aqui no final de fevereiro, os primeiros dois meses dos novos governos foram marcados pela espera da posse dos deputados e senadores, pelas eleições nas assembleias legislativas, Câmara dos Deputados e Senado, pela formação dos blocos partidários, escolha dos líderes e dos membros das comissões.
Janeiro foi de discursos, fevereiro evaporou. E aí começou março, de cara com o Carnaval.
Nesta quarta-feira de cinzas, dissemos ontem, há uma expectativa de que o ano comece. Mas quando será que vai começar? Hoje à tarde? Amanhã? Semana que vem? Em abril? Maio talvez?
Há muitas coisas urgentes a fazer e resolver. Porém, a efetividade não tem sido a marca do governo federal, nem do governo do Paraná e, pelo que parece, de nenhum dos governos estaduais.
Além do compasso de espera, a falta de conhecimento de gestão pública e a inexperiência de governantes no Poder Executivo tem gerado, inclusive, alguns micos e dissabores. Seria bom, também, se a espera e as pausas estivessem ligadas apenas a isto. Parece que há mais. Vamos aguardar, torcendo para o ano e os governos começarem.
GOVERNOS LENTOS
A falta de planejamento, a burocracia e corporativismo são problemas centrais das gestões públicas. Os governantes não podem cobrar dos servidores e equipes aquilo que não estabelecem como padrão de trabalho.
Em Maringá, por exemplo, o atual governo começou nos braços dos servidores, mas o distanciamento é, a cada dia, mais evidente. E não é apenas no quesito salarial.
Setores e equipes não interagem. Parece não haver um plano geral de ação e há um indisfarçável descontentamento.
Há mais. Por exemplo: Os mutirões de limpeza. Pararam? Pararam por que? A isto deve se somar a falta de limpeza e conservação de ruas, avenidas e praças. Chama a atenção a falta destes serviços e pequenas obras. Parece não haver um cronograma. Recebi uma informação de que está havendo uma dificuldade para manter em funcionamento a frota de veículos e equipamentos.
Para complicar, o Tribunal de Contas suspendeu a licitação para varrição. E agora, qual é o plano?
AGENTES DA DENGUE
Uma pessoa me conta que caminha todos os dias no seu bairro e bairros vizinhos. Percebe sempre lixo nos terrenos vazios e, às vezes, até algumas irregularidades em residências.
Em conversa com agente da dengue procurou ajuda para tentar agilizar a limpeza desses terrenos. Ouviu que nada poderia ser feito. A saída seria uma ligação desta pessoa para o 156.
Como assim? Os agentes andam de casa em casa, de empresa em empresa, passam por terrenos com problemas e não podem notificar? Não há previsão para o óbvio?
De fato, a informação é surpreendente. E mais: se não há orientação e uma norma sobre este procedimento, a falha não é da agente, é do seu setor, é da administração.
Isto precisa ser verificado.
SOS ANIMAL
Uma pessoa percebe um cão doente perto da sua empresa.
Liga para o SOS Animal.
Do outro lado, quem atende diz que nada pode ser feito. Não há como ir ao local e nem lugar para abrigar o cachorro.
Inevitável então a pergunta: Mas o que é então a Diretoria de Bem-Estar Animal? Para que serve? E a publicidade feita sobre o avanço para Maringá?
SAÚDE DO HOMEM
Cidadão com mais de 60 anos vai ao posto de saúde da Zona Sul. Objetivo é marcar uma consulta para o programa “Saúde do Homem”. Ele já foi atendido no posto, não é a primeira vez. O posto tem médico à noite, justamente para atender a quem trabalha.
O cidadão recebe a informação de que a consulta pode acontecer daqui a um mês, pela manhã. Ele explica que trabalha e pede para que a consulta seja agendada para a noite.
Recebe a informação de que pelo seu endereço, que é próximo do posto, não pode ter consulta à noite, tem que ser pela manhã.
Questões de bom senso, que podem ser facilmente resolvidas. Como a falta de médicos para atender nas UPAs no feriado prolongado. Detalhes de gestão pública que podem parecer insignificantes para a administração e que, no entanto, fazem muita diferença, toda a diferença para as pessoas, para a população, aliás, razão única da existência da gestão pública.
Em cada área da administração é preciso que o gestor tenha pessoas dedicadas a acompanhar o que está ou não acontecendo. Por que ruas e avenidas da cidade, até mesmo nas regiões centrais, as mais movimentadas, estão com meios-fios quebrados, mato e sujeira? Quem é o responsável por fiscalizar estas condições? Qual é o cronograma e o plano de ação para estes serviços e pequenas obras?
Quem faz a escala de médicos, especialmente em feriados prolongados? A escala é fiscalizada?
Quem acompanha a rotina dos postos de saúde? Por que se complica a vida de trabalhadores ao invés de ajudar no tratamento preventivo de saúde?