Ouça "A Semana na História" toda segunda-feira, com o professor e historiador Reginaldo Dias, às 11h50, com reprises às 14h50
A semana na História
Na manhã de 24 de agosto de 1954, o país acordou com a terrível notícia: o presidente Getúlio Vargas, o mais popular da história republicana até então, havia cometido suicídio.
Em 1950, Getúlio Vargas, candidato pelo PTB, voltou à presidência da República pelo voto direto, disputando o cargo com três adversários. A disputa ideológica principal era com a UDN, o partido cuja razão de ser era combater o trabalhismo e o getulismo. Diante da anunciada candidatura de Vargas, o jornalista Carlos Lacerda, um dos líderes da UDN, ameaçou: “O Senhor Getúlio não deve ser candidato; se for candidato, não deve ser eleito; se for eleito, não deve tomar posse; se tomar posse, não pode governar”.
Como a UDN era um partido bem assentado no grande empresariado, na grande imprensa e nos meios militares, Vargas elaborou uma minuciosa estratégia eleitoral, embasada em um programa de aprofundamento do processo de industrialização e ampliação da legislação social. Em outubro de 1950, Vargas colheu os frutos e foi eleito com 48,73% dos votos.
Com dificuldade de dialogar com o eleitorado de baixa renda, a UDN, mais uma vez, chegou em segundo lugar. Na sintonia da ameaça vocalizada por Carlos Lacerda, o passo seguinte da UDN foi tentar impedir que Vargas tomasse posse, alegando que ele não obtivera maioria absoluta dos votos, ou seja, 50% + 1 dos votos. Era um casuísmo, visto que a legislação não fazia essa exigência.
O clima de golpe de Estado pairava no ar, mas não deu certo, pois Vargas conseguiu tomar posse. Seu mandato, porém, foi caracterizado pela forte oposição da UDN e de seus aliados civis e militares. Em 1954, após contornar uma crise militar e um pedido de impeachment, Vargas foi engolfado em uma crise de alta intensidade, quando ocorreu um atentado contra a vida de Carlos Lacerda. Investigações apontaram o envolvimento de assessores do presidente, embora Vargas não tivesse responsabilidade. Emparedado por um ultimato da liderança militar, segundo o qual ele deveria renunciar ou seria deposto, sem direito à defesa e a um julgamento, Vargas suicidou-se na manhã de 24 de agosto de 1954. Causando profunda comoção nacional, o suicídio de Vargas sustou o golpe de Estado em curso. No dizer de sua carta testamento, Vargas deixava a vida para entrar na história.
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