16 de setembro de 2003: Maringá se despede do prefeito José Cláudio
A semana na História

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16 de setembro de 2003: Maringá se despede do prefeito José Cláudio

A semana na História por Reginaldo Dias em 15/09/2025 - 11:50

No dia 16 de setembro de 2003, Maringá parou para viver o luto da perda do prefeito José Cláudio Pereira Neto. 

Eleito de forma empolgante em outubro de 2000, José Cláudio tornara-se figura pública, na vida política de Maringá, na eleição anterior, quando se candidatou ao cargo de prefeito pela primeira vez, inscrito na legenda do PT. Embora não tenha chegado a atingir uma pontuação que o credenciasse a ganhar a eleição naquele momento, seu desempenho o cacifou para novos voos. E a oportunidade se ofereceu quatro anos depois. 

A eleição de 2000 apresentou duas novidades: foi a primeira disputa realizada em dois turnos, pois o município havia atingido 200 mil eleitores; foi a primeira em que o prefeito poderia concorrer à reeleição. Aparentemente, o prefeito da época, o tucano Jairo Gianoto, era favorito a ser reeleito, mas o curso da campanha foi outro. 

Havia uma crise de corrupção na prefeitura, encoberta pela blindagem montada pelo prefeito e seus aliados. No auge da campanha de 2000, porém, a crise ficou exposta e o eleitorado escolheu, entre os oito oponentes, José Cláudio como o líder que pavimentaria o caminho para tirar a cidade da gravíssima crise financeira, administrativa e política. 

Embora não aparecesse entre os favoritos no início do certame, aliando propostas de governo com a defesa da ética na vida pública, traduzida no slogan “Política de cara limpa”, José Cláudio cresceu sem perder o impulso e, ultrapassando os adversários, liderou a votação no primeiro turno. No segundo turno, ganhou com folga, totalizando 70% dos votos válidos. 

Como escreveu o jornalista Marcelo Bulgarelli, em matéria que resumiu a biografia do prefeito, José Cláudio, nos dois primeiros anos de governo, dedicou-se à tarefa de arrumar a casa, removendo os “esqueletos que estavam escondidos nos armários” e enfrentando as dívidas astronômicas deixadas pelos antecessores. Em meados de 2002, no entanto, foi acometido por uma crise de saúde, decorrente de um câncer. Durante um ano, mesmo com as ausências impostas pelo tratamento e as limitações que a situação exigia, dedicou-se, tanto quanto pôde, ao exercício do cargo, visando honrar os compromissos que havia assumido e a missão que a população havia lhe confiado. Nesse período, os vínculos afetivos da comunidade com o prefeito, densos desde a eleição de 2000, acentuaram-se. Em setembro de 2003, porém, José Cláudio despediu-se da vida pública para viver na história. 

José Cláudio foi o primeiro e único prefeito de Maringá a falecer no exercício do cargo, mas não é por essa singularidade que deve ser lembrado. 

Desde o início do mandato, costumava a dizer que sua principal tarefa era devolver a credibilidade pública ao cargo de prefeito. Fez mais do que isso. Embora não tenha vivido para completar a tarefa de reconstrução da cidade, reorganizou a administração, pôs fim ao esquema de corrupção e lançou as bases sólidas para que Maringá retomasse sua vocação de progresso.

Ouça "A Semana na História" toda segunda-feira, com o professor e historiador Reginaldo Dias, às 11h50, com reprises às 14h50


 

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