Reconhecimento
Zootecnista de Maringá é considerada pela Forbes uma das ‘100 Mulheres Doutoras do Agro’
Economia por Portal GMC Online em 22/10/2023 - 10:38A zootecnista e doutora em em zootecnia Lidiane Staub, moradora de Maringá, integra a lista da Revista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro. A lista com os 100 principais nomes femininos da área foi publicada em 15 de outubro, o Dia Internacional da Mulher Rural – clique aqui para conhecer todas as mulheres que aparecem no ranking.
Atualmente, a doutora em zootecnia é coordenadora técnica e comercial da empresa multinacional estadunidense Archer Daniels Midland (ADM), que opera em uma unidade em Maringá.
Catarinense, graduada em zootecnia pela UDESC – Campus Chapecó. Trabalhou na agroindústria, como assistente técnica para produtores de frango de corte. Mestre em Zootecnia – Nutrição e Alimentação Animal pela UFMT – Campus Sinop/MT e Doutora em Zootecnia – Produção Animal pela UEM – Maringá/PR. Ingressou na ADM em 2019 – atuando na área técnica e comercial de aditivos para nutrição animal – Região Sul.
Conheça a história da zootecnista de Maringá
De família do interior, Lidiane sempre esteve ligada à produção animal e vegetal. Nas férias da infância sempre que possível gostava de ir à casa dos avós e tios para poder ficar em contato com a área. “Inclusive quando era criança tinha até medo de galinha, precisava subir no silo para jogar milho para as galinhas porque tinha medo de ficar em contato próximo delas”, contou ao GMC Online.
O interesse que tinha pela área de produção que surgiu quando ainda era criança permaneceu. Lidiane prestou vestibular para a agronomia, não foi aprovada, e depois conseguiu a aprovação no curso de zootecnia da Udesc, em Chapecó. “E eu fui da primeira turma desse curso, então trouxe muitos desafios porque não tinha muita estrutura, a universidade estava começando. Assim que eu formei eu fui trabalhar em uma empresa, uma agroindústria, saí de Santa Catarina e vim trabalhar no Paraná. Nessa minha primeira experiência como formada eu trabalhei com assistência técnica para produtores rurais de frango de corte”, conta.
Lidiane permaneceu cinco anos nessa empresa e manteve vivo o interesse pelos estudos. “Então durante esse período que eu estive trabalhando nessa agroindústria, eu fiz uma pós graduação e uma especialização em avicultura. Mas ainda assim eu queria buscar algo a mais e aí nesse período eu acabei me mudando para o Mato Grosso, na cidade de Sinope, e lá eu iniciei meu mestrado. Então meu mestrado foi conduzido no Mato Grosso. Lá eu trabalhei também com pesquisa na área de avicultura, trabalhei com pesquisa aplicada para nutrição animal”, relata.
O início da história com Maringá
A princípio o interesse de Lidiane era finalizar o mestrado e voltar para o mercado de trabalho, mas a orientadora a incentivou a buscar o doutorado. “Então eu procurei duas grandes referências da nossa área para prestar prova para entrar no doutorado e eu prestei para Maringá e para a Unesp de Jaboticabal. Eu passei em ambas, mas como eu já havia residido próximo de Maringá, já gostava bastante da cidade, eu escolhi vir para Maringá para cursar o doutorado na UEM, aí no doutorado eu também segui trabalhando com a área de avicultura, pesquisa também voltada para a parte de nutrição e produção animal, trabalhando com aditivos específicos para a questão de melhor desempenho dessas aves e sempre com foco voltado para a nutrição animal”, explica.
Lidiane mora em Maringá há sete anos e conta que escolheu a cidade para fazer o doutorado pois a UEM é referência na área da zootecnia. Quando finalizou o curso voltou para o mercado de trabalho, na empresa em que trabalha atualmente. “A intenção inicial era que eu residisse na cidade de Cascavel, por estar mais próximo dos clientes, já que inicialmente eu comecei atendendo o estado do Paraná, e pela posição das cooperativas aqui no oeste do estado seria mais adequado que eu residisse em Cascavel por questão de deslocamento e tudo mais. Mas eu conversei e acabei permanecendo em Maringá onde eu sigo até hoje. Então tenho residência em Maringá. É uma cidade que eu pude ter oportunidade de escolher ficar, porque eu morei em muitas outras cidades antes, mas a cidade acabou conquistando”, diz.
Além disso, a escolha se deu pelo fato de o Paraná ser um grande produtor de aves. “Então realmente eu estou muito bem posicionada aqui para a minha área de atuação, estou muito próxima dos meus clientes, que são as grandes cooperativas, as grandes agroindústrias que estão estabelecidas aqui no Paraná”, explica.
Competência, presença da mulher e reconhecimento
Em uma área com demanda muito grande de profissionais com conhecimento especializado, Lidiane passou a se destacar. “Quando eu busquei o mestrado e o doutorado eu já tinha esse objetivo para me encaixar em alguma área técnica e comercial de grandes corporações”, diz.
Lidiane destaca que a empresa em que trabalha atualmente, que é uma multinacional, está muito forte no mercado de trabalho, é muito conhecida no setor de originação e armazenamento de grãos, mas também deu um passo muito importante no crescimento em atuação no mercado de nutrição animal. “O trabalho que eu realizo, eu estou como coordenadora técnica comercial. Atuo na região sul do Brasil. Resido em Maringá, mas a área de atuação é o sul e o trabalho que eu realizo é atendimento a clientes, agroindústria, as fábricas de rações. Eventualmente produtores rurais independentes, fazendo o suporte tanto técnico quanto comercial. Hoje eu acabo atendendo todas as espécies de produção animal. Claro que meu conhecimento maior é na avicultura, mas hoje eu faço o atendimento para todas as espécies animais, trabalhando com aditivos que vão compor a nutrição animal dessas espécies de produção”, explica.
Para Lidiane, dizer que a mulher pode estar no lugar que quiser é ‘chover no molhado’. “O lugar dela é realmente onde ela gostaria de estar, ou procura estar. E quando comparado aos homens, durante a minha jornada eu posso dizer que eu nunca tive problemas relacionados a ser julgada ou comparada ao homem. Então acredito que seja mais uma questão de posicionamento, de comportamento, caráter. A gente precisa desenhar a nossa forma de ser vista pelo outro, a forma que se porta e se compromete a assumir as demandas, oportunidades, funções. Ainda é preciso evoluir em relação às diferenças salariais. É algo que a gente ainda vê no mercado de trabalho, as mulheres fazendo a mesma função e os homens ainda terem diferenças salarias. Em todas as áreas julgo eu que ainda é um desafio”, avalia.
O reconhecimento da revista Forbes foi para Lidiane uma ‘grata surpresa’. “Ter visto o meu nome sendo citado em uma revista de conceito que é a Forbes eu fiquei muito emocionada. E até num primeiro momento eu achei que era uma montagem, uma brincadeira, quando eu recebi compartilhado por um amigo. Mas estou muito feliz. Essa ultima semana eu tenho recebido muitas mensagens e passa realmente um filme de onde eu vim, onde eu estou, reflete sobre o que aconteceu e já passou e dá pra dizer que a gente fica surpreso mas é algo que foi construído com o tempo também”, diz.
Por Iasmin Calixto e Ivy Valsecchi/GMC Online
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