O professor que prefere não se identificar é uma das pessoas que entraram na Justiça contra a Sentinel Bank de Umuarama.
Ele mora na Grande São Paulo e aportou na empresa mais de 90 mil reais. Dinheiro de empréstimo, FGTS e economias.
O objetivo dele era fazer o dinheiro render não para ficar rico, mas para comprar a casa própria.
A Sentinel Bank, operadora traders na Bolsa de Valores, ou seja, especializada em comprar ações na baixa e vender na alta, prometia rendimentos de até 6.4% ao mês.
No começo o professor investiu pequenas quantias, mas depois, animado com a experiência de conhecidos e a mensagem de união que a empresa transmitia, decidiu ir mais além. Fez um empréstimo a juros de 1,5% ao mês para aportar na Sentinal e ainda sobravam pelo menos 4% de lucro.
Parecia um bom negócio. Mas em dezembro de 2021, quando alguns clientes da Sentinel começaram a denunciar o atraso de pagamentos, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou um alerta ao mercado de capitais: a Sentinel não tinha autorização da CVM para intermediar valores mobiliários.
Mas o estrago na vida do professor já estava feito. [ouça o áudio acima]
O advogado Douglas Eduardo Santana da Silva, que representa sete vítimas, diz que ao todo foram ajuizadas 158 ações contra a Sentinel.
O advogado está pedindo via judicial informação sobre a investigação da Polícia Federal. O que as vítimas querem saber é se há valores bloqueados para ressarcir os investidores que foram lesados, a grande maioria precisa reaver o dinheiro por uma questão até de sobrevivência. [ouça o áudio acima]
A CBN entrou em contato com a Sentinel, que informou o número de telefone da advogada da empresa. A reportagem ligou e enviou mensagem de texto para a advogada e aguarda um retorno.
A Polícia Federal informou que a investigação é sigilosa. A Operação Traders cumpriu mandados de busca e apreensão no final de julho deste ano. A suspeita é que a Sentinel tenha captado 200 milhões de reais de investidores.
Na época da operação a Sentinel divulgou uma nota oficial informando que estava colaborando com as investigações.
(atualizado às 10h05) - a advogada da empresa informou que irá entrar em contato com a sócia-proprietária da Sentinel e depois disso daria um retorno.
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